Os efeitos biológicos de uma paixão

Ontem estava lendo uma interessante matéria sobre um assunto que vincula três áreas do ser humano -a biológica, a psicológica e a social-: a paixão, o período que todo ser humano fica como um bobo sentindo algo intensamente inexplicável por uma pessoa que passa a ser o retrato da perfeição humana; desejando que o tempo pare quando estão juntos. Já sentiu isto alguma vez?

Apaixonar-se é um fato biológico que não podemos controlar de todo. Liberamos substâncias em nosso cérebro que fazem com que nos comportemos de maneira especial, dedicando muita de nossa energia e tempo em pensar na pessoa por quem nos apaixonamos. Mas o que acontece no cérebro de uma pessoa apaixonada?

Primeiro, libera-se uma maior quantidade de dopamina, que causa um estímulo favorável. Quanto maior o estímulo, maior a liberação subsequente desta substância, e assim ficamos presos em um círculo vicioso e viciante. Se formos correspondidos segundo nossa perspectiva, dá-lhe mais dopamina. É por isso que dizem que a quando a paixão é correspondida, a gente se sente literalmente nas nuvens por viver momentos tão sublimes.

No início da paixão podemos sentir um interesse quase imperceptível por alguma pessoa. Depois, mais entusiasmo quando estamos próximo a ela ou sabemos algo mais dele ou dela, chegando a níveis de euforia quando compartilhamos momentos juntos.

Algo característico do período da paixão são os "pensamentos intrusivos", algo que faz com que a pessoa apaixonada pense quase que permanentemente na pessoa amada, como um intruso que invade suas ideias apesar da necessidade de pensar em outras coisas, como por exemplo, um raciocínio necessário a um trabalho.

Outros sintomas da paixão:

• Suspiros longos e sensação de falta de ar;
• Suor;
• Palpitações;
• "Borboletas" no estômago;
• Ciúmes;
• Falamos muito da pessoa amada.

Existe alguma desvantagem em estar apaixonado?

Resulta que no período de paixão, as coisas boas da outra pessoa são magnificadas, como se estivessem em uma lente de aumento. Inclusive idealizamos e minimizamos seus defeitos, o que implica um risco se quisermos tomar decisões transcendentais ou a longo prazo. Por isso não é muito bom tomar decisões importantes quando se está apaixonado.

Também podemos padecer de um estado de sensibilidade aguda ante qualquer ação da pessoa amada e nosso estado de ânimo depende das ações do outro; desgastante para a vida de uma pessoa.

O tempo aproximado da duração de uma paixão varia de alguns poucos dias até no máximo quatro anos. Existem pessoas que se apaixonam uma vez só na vida prometendo amor eterno, mas há outras que são viciadas na dopamina da paixão.

Um detalhe curioso é que a paixão supõe fidelidade, já que quando estamos apaixonados, pensando em uma pessoa todas as horas do dia, não há como ficar apaixonado simultaneamente por outra.

Que pode acontecer quando termina o período da paixão?

• Que vejamos à pessoa tal qual é. Ela: - "Cachorro!", Ele: - "Vaca!";
• Um dos dois conhece outra pessoa se apaixona novamente e o outro fica em casa chorando como um bobo, ou postando fotos e vídeos do ex na rede;
• Acostumados aos efeitos da dopamina e liberando também oxitocina durante uma relação mais duradoura; vendo defeitos e virtudes da pessoa, e mesmo assim querer manter a relação. A isso denominamos apego ou amor verdadeiro.

Algo mais...

Não há idade para apaixonar-se novamente, mesmo para aqueles que acreditam em amor único e eterno. Eterno, talvez; único não! A única mulher do mundo que me ama incondicionalmente, minha Mãe (ela me mata) passou a vida inteira lamentando a morte de meu pai e jurando seu amor eterno. Cinco anos atrás me arrumou um padrasto "gente fina" e outro amor único que lhe devolveu a alegria e o sorriso mais maravilhoso que conheço.

Estou precisando desesperadamente repor minhas taxas de dopamina e oxitocina. Help! Please!! Por favor!!!