Athanasius Kircher

A história não foi muito pródiga com Athanasius Kircher, um monge Jesuíta, um inventor excêntrico, um cientista com uma mente brilhante e criativa que se conjugavam num só indivíduo resultando em algumas das idéias e criações mais raras e atraentes. Conheci-o a pouco tempo juntando pequenos fragmentos de texto da história deste homem sensacional.

Kircher cria que a média de vida de uma pessoa era demasiado pouco, sentia de maneira frustrante que não chegaria a aprender tudo o que desejava, e de fato, lamentavelmente, isto se refletiu em que nunca pudesse cumprir seu sonho de viajar a China, terra que catalogou e estudou tanto a ponto de ter feito um mapa da região sem sequer tê-la visitado.

A maior parte de seus inventos estavam focadas em realizar aparelhos e maquinarias que facilitassem a vida, acelerando a resolução de tarefas repetitivas. Uma destas máquinas foi, efetivamente, algo que poderia ter sido catalogado como computador. O dispositivo criado ao redor de 1660 (130 anos antes do nascimento de Charles Babage - o Pai do Computador) e cuja intenção era a de resolver qualquer questão matemática, estava dotado de um complexo sistema de engrenagens e roldanas. Estas peças, localizadas corretamente, eram capazes de formar mediante uma série de palitos a resposta. Conquanto o "computador" de Kircher conseguia resolver corretamente problemas singelos, falhava com operações mais complexas.

Mas então o que era interessante neste singular aparelho? A resposta é o seu funcionamento. Kircher, além de cientista, era um artista pelo que continuamente misturava ciência com arte. Seu computador não foi uma exceção, e para seu manejo era necessário memorizar longos poemas em Latim os quais eram representados nas alavancas da máquina. Nã me perguntem como funcionava, mas sua complexidade era tal que Kircher escreveu um "pequeno manual de uso" de 850 páginas, considerado o primeiro "manual de usuário da história".