Uma experiência com alimentos radioativos no pós-guerra

Sob o título "Comedores de consciência de uma dieta Atômica", o número de setembro de 1955 da revista Life explica que estes jovens objetores de consciência foram utilizados, de maneira voluntária, para uma peculiar tarefa em substituição do serviço militar. Sua missão consistia em participar em um estudo para ajudar a descobrir os possíveis riscos que poderia implicar a ingestão de comida tratada com radiação nuclear.

Para isso deviam comer cada migalha ou gota deixada nos utensílios, como o jovem da foto, sob a qual é possível ler:

"Tomando o café da manhã com outros voluntários, John Meyer lambe escrupulosamente as gotas de gordura da frigideira na qual o bacon irradiado foi frito."

Segundo a experiência, a radiação nuclear mataria as bactérias e qualquer outro microrganismo presente nos alimentos e que pudesse causar doença ou ser a causa de sua decomposição. O resultado a longo prazo para os militares poderia ser importante, pois permitiria manter os alimentos por períodos mais longos, e também poderia manter saudáveis às tropas mediante a eliminação de certas doenças transmitidas pelos alimentos e que a sua vez podiam ser transmitidas de uma pessoa a outra.

Ainda que, segundo a revista Life, nos primeiros exames não observaram efeitos nocivos por radiação nestes homens (parece que a radiação nuclear utilizada nos alimentos não era elevada) o real é que se tratava de um experimento altamente arriscado e perigoso, já que naquela época ainda não conheciam os efeitos da irradiação nuclear nos alimentos.

Não esqueçamos que somente 10 anos separavam estes jovens, lambendo seus pratos de gordura com radiação nuclear, da detonação em 1945 das duas bombas atômicas no Japão.

Fonte: Revista Life.