É possível extrair ouro da água do mar?

Neste curioso artigo intitulado Gold from the Sea? publicado em 1934 na Modern Mechanix especulam precisamente com essa possibilidade, a partir de um processo similar ao que se empregava na época para extrair bromo, um elemento químico empregado nos aditivos da gasolina. As mesmas plantas processadoras, diziam, poderiam talvez filtrar a água do mar para extrair delas o ouro residual que se encontra dissolvido, ainda que esteja presente só em ínfimas quantidades.

Poder até que pode, mas não é muito rentável não. Tal e qual podem ver nas fotos da revista, gigantescas bombas de água succionavam o líquido elemento a partir da costa para seu processamento nas plantas de bromo, que passava por uma série de câmaras e filtros mecânicos e elétricos.

A concentração de ouro na água do mar é muito, muito, muito pequena, tão somente 0,000000004 gramas por litro. Para conseguir apenas um grama de ouro seria necessário processar 250 mil toneladas de água do mar. Uma piscina olímpica, que já é grande, tem uma capacidade de 2.500 toneladas de água, de modo que seria necessário fazer circular a água de 100 piscinas para obter somente um grama de ouro, cujo valor no mercado atual gira em torno de 73 reais.

Na proposta original pensavam que poderiam aproveitar o fato de que já existia um processo em marcha para extrair o bromo da água e que o ouro seria um valioso subproduto), mas a economia do assunto como se vê tornava o feito impraticável.

De modo que as aproximadamente 6 milhões de toneladas de ouro que estão dissolvidas na água dos oceanos de nosso planeta continuarão ali para todo o sempre.