Gatos de navio

A incorporação dos gatos a bordo de embarcações é feito principalmente para ajudar a combater os roedores e oferecer companhia aos marinheiros em suas longas viagens longe de casa. Esta união, que data desde a antiguidade, continua sendo uma prática comum na atualidade em muitos barcos tanto comerciais como militares.

Além de comer a carga os roedores podem causar danos às cordas e partes de madeira do navio. Mas esta não é a única razão pela qual os gatos foram incorporados às viagens navais, já que a ameaça mais grave é que estes animais podem transmitir doenças aos membros da tripulação.

Acredita-se que a domesticação dos gatos aconteceu ao redor de 9.500 anos atrás, e a prática de incorporar gatos a bordo dos navios não começou muito depois. Os antigos egípcios levavam gatos a bordo de suas embarcações no rio Nilo para caçar pássaros nos bancos de areia.

Os gatos também foram carregados nos navios mercantes para controlar os roedores, e o conceito foi adotado pelos comerciantes de todas as nações. Isto possibilitou a propagação dos gatos em todo mundo.

Através dos séculos as diferentes raças de gatos foram evoluindo segundo o clima e as condições em que se encontravam e acreditam que os navios de carga fenícios foram os primeiros em levar gatos domesticados a Europa , ao redor do ano 900 a. c.

Gatos de embarcação famosos

O insubmergível Sam (Unsinkable Sam)
Anteriormente chamado de Oscar, este gato estava a bordo do encouraçado alemão Bismarck quando foi afundado em 27 de maio 1941. Só 116 tripulantes -eram mais de 2.200- sobreviveram. Oscar foi resgatado pelo destroyer HMS Cossack, mas este também foi torpedeado alguns meses mais tarde em 24 de outubro quando morreram 159 de seus tripulantes, mas uma vez mais, Oscar sobreviveu e foi resgatado e levado para Gibraltar.

Ali foi embarcado no HMS Ark Roy que também foi torpedeado e afundou em novembro desse ano. Oscar foi resgatado mais uma vez, mas como ninguém mais queria colocar o gato pé frio em uma embarcação, decidiram enviá-lo para a casa do Governador Geral de Gibraltar onde se dedicou a caçar ratos.

Finalmente alguém decidiu levá-lo de volta ao Reino Unido onde passou o resto de sua vida no "Home for Sailors", uma casa de repouso para marinheiros idosos aposentados. O Museu Marítimo Nacional de Greenwich guarda um retrato seu.


Trim
Trim foi um gato de navio que realizou uma série de viagens para circunavegar e realizar um mapa da costa australiana entre 1801 e 1803 em navios ao comando de Matthew Flinders. Trim converteu-se rapidamente em favorito da tripulação e foi o primeiro gato em circunavegar a Austrália.

Sua existência não teve um final feliz, já que foi roubado e posteriormente comido por escravos famintos. Anos mais tarde construiram uma estátua em sua honra na biblioteca de Sydney e já foi protagonista de uma série de obras literárias no país.


Félix
Félix foi um gato que viajou a bordo do Mayflower II, que zarpou de Devon, Inglaterra, com rumo a Plymouth, Massachusetts em 1957 para simbolizar a solidariedade entre os dois países depois da Segunda Guerra Mundial.

Felix, quem tinha seu próprio colete salva-vidas, quebrou uma das patinhas durante a viagem mas foi atendido pelo médico do barco.

Fotos e histórias de Félix apareceram na National Geographic após sua chegada nos EUA. O gato marchou junto ao restante da tripulação do Mayflower II em um desfile pelas ruas da cidade de Nova York.

O atual capitão do Mayflower escreveu um livro para crianças sobre Félix intitulado "Félix e suas aventuras no Mayflower II" que foi publicado durante a celebração do cinquentenário do histórico navio em Plymouth .


Chibbley
Chibbley foi resgatada de um refúgio de animais e desde então circunavegou o mundo em duas ocasiões a bordo do The Picton Castle.

Como o The Picton Castle é um barco de treinamento, a gata ficou conhecida por um grande número de visitantes e pouco a pouco se converteu em uma celebridade da embarcação, chegando a ter seu próprio clube de fãs.

Fonte: Wiki.