Idade do lobo

Hoje, de repente, senti a necessidade de compartilhar com todos este prazer de sentir-me feliz. Ao completar 60 anos sinto me agraciado por tudo e me sinto jovem e alegre ao poder participar de um espaço tão legal e por estas lhes ofereço esta pequena reflexão para que guardem como um mimo meu.

Dizem que a certa idade, às pessoas, nos tornamos invisíveis, que nosso protagonismo na cena da vida declina e que nos voltamos inexistentes, para um mundo em que só cabe o impulso dos anos dourados da juventude, das figuras delgadas e espectaculares...

Eu não sei se tornei me invisível para o mundo... É muito provável que sim, mas nunca estive tão consciente de minha existência como agora, nunca me senti tão protagonista de minha vida, e nunca desfrutei tanto de cada momento de minha existência.

Descobri que não sou um príncipe de contos de hadas. (Por sorte!!! deve ser muito chato) Descobri o ser humano que singelamente sou, com suas misérias e suas grandezas. Descobri que posso me permitir o luxo, de não ser perfeito, de estar cheio de defeitos, de ter debilidades, de me equivocar, de fazer coisas indevidas, de não responder às expectativas dos demais. E apesar disso... Gostar muito de mim!

Quando me olho ao espelho, já não procuro o que fui... Sorrio ao que sou... Celebro a possibilidade de eleger, a cada instante quem quero SER, alegro-me do caminho andado, da experiência que me deram nestes anos. Assumo minhas contradições. Valorizo o percorrido. Alegremente choro ao lembrar do amor que já se foi.

Tão mal não fui... Estou aqui!

Que bom viver sem a obsessão da perfeição. E foi assim, quando decidi que não queria a perfeição, que comecei a a atingir objetivos!
Que bem não sentir esse desassossego permanente, que resulta de correr permanentemente, procurando que todos te queiram! Que bom é começar a se querer e a se respeitar como um!!!
Que maravilhoso reconhecer que a felicidade está aqui tão perto da gente, tão relacionada com nossas buscas e nossos mágicos encontros interiores!
Que sorte ter compreendido que a magia e o poder não estão lá fora... senão em mim!