Por que os CDs duram 74 minutos?

Nem 70 nem 80. 74. Desde 1980, ano de nascimento do CD, perguntamos quem decidiu essa duração? Com qual critério? Não cabiam mais zeros? Pois o melhor vem quando a gente se inteira de que o responsável de que só caibam 74 minutos de música em um CD é um surdo. A Sinfonia nº 9 em Ré menor, Opus 125 de Ludwig van Beethoven dura exatos 74 minutos.

Terminava a década de 70, rock sinfônico, long-plays de vinil que tinham uma canção que durava toda uma face com solos de guitarra que não terminavam nunca. Sony e Philips estudavam a criação de um suporte digital, a Sony buscava um de 10 centímetros de diâmetro, a Philips um de 11,5. Ambos queriam que a nova modelo suportasse ao menos 60 minutos de música de 16-bit e 44.056 Hz em estéreo.

Enquanto a Sony era dirigida por Norio Ohga, audiófilo viciado que inclusive recebeu formação como cantor de ópera e que recebeu uma proposta de trabalho depois de enviar uma carta criticando a qualidade de uma fita cassete da Sony. Ali foi pulando de cargo em cargo até chegar a presidente da empresa. Quando viu que a Sony abordava um formato digital, unicamente impôs uma condição: que tivesse a capacidade de armazenar a 9ª de Beethoven.

E por que essa e não outra música? Era a obra de maior duração composta até a data e a execução da mesma que aconteceu no festival de música clássica de Bayreuth de 1951 sob a batuta de Wilhelm Furtwängler, de 74 minutos, não cabia nos formatos que tinham desenvolvido na Philips, de modo que Norio Ohga demonstrou que sabia do que falava e ao final temos um CD de 12 centímetros no qual cabe 74 minutos de música.

Fonte: Gizmodo.