Guga, aposenta-se um grande.

Sorriso fácil, gente boa, o típico "irmãozão" que qualquer um desejaria, Guga Kuerten anunciou ontem (15/01) sua aposentadoria, mas ainda deve jogar até agosto deste ano. De simpatia ímpar Guga popularizou o "manezinho da Ilha", apelido em referência a sua cidade natal, Floripa.

Longe da pretensão de homenagem, este post é somente uma lembrança do maior jogador de tênis brasileiro de todos os tempos. É que hoje pela manhã na leitura diária de jornais, fóruns e sites pelo mundo notei um quase desinteresse pelo assunto pela mídia brasileira enquanto jornais do mundo saúdam Guga. A pouco, em um fórum russo, um rapaz contava com euforia a história da vida de Guga como se fossem vizinhos. Enquanto isso aqui no Brasil:
- "... é tava na hora deste mané se aposentar mesmo, não ganha mais nada..." - Ou seja, a famosa ingratidão e maldita memória curta do brasileiro.

A vida do cara é uma história de superações, Gustavo Kuerten teve o início de sua vida marcado por duas tragédias familiares. A primeira diz respeito a seu irmão caçula Guilherme, que teve problemas durante o nascimento o que lhe causou deficiências física e mental severas. Guilherme veio a falecer no final do ano passado (07/11/07), vítima de parada cardiorrespiratória.

Assim, desde o início Guga foi estreitamente ligado à luta diária do irmão, inclusive demonstrando isto na sua carreira de tenista onde em cada jogo disputado doava duzentos dólares a instituições de caridade, além de que todos as conquistas eram divididas com o irmão que ficava com os troféus.

Um outro fato marcante na vida do "gurizão" refere-se a seu pai, jogador amador de tênis e incentivador da educação pelo esporte. Em 1985, quando Guga tinha 8 anos de idade, seu pai morreu devido a um ataque cardíaco fulminante, enquanto apitava uma partida em Curitiba.

Guga também fundou ao lado da mãe, uma batalhadora, o Instituto Guga Kuerten com o objetivo de captar recursos, investir em projetos já existentes, articular e mobilizar ações sociais e desenvolver alguns programas específicos, tanto na área do esporte como na de atendimento ao Portador de Deficiência.

Gustavo Kuerten começou a jogar tênis aos 6 anos e quando tinha 14, conheceu Larri Passos, seu técnico de toda uma carreira vitoriosa, que convenceu o jogador e família de que o "magrelo" tenista tinha talento suficiente para ser um vencedor e profissionalizar.

Hoje, depois de um Master Cup, 3 Roland Garros, 20 títulos de simples, oito de duplas, 31 semanas como número 1 do tênis mundial é o próprio Guga que diz com seu jeitão despojado:

- "Pois é moçada... vai ser meu último ano. Eu queria jogar mais... eu até tenho vontade de jogar mais, mas está sendo muito dificil e desgastante. Então quero somente poder jogar alguns torneios especiais esse ano e reviver grandes momentos", declarou o tenista, dublê de surfista que só tem um grande defeito: é Avaiano roxo.