Três décadas de ônibus espaciais

Ontem vimos seu último lançamento. O mundo rendeu-se a essa emoção única, muito tecnológica e ritual, de ver um grupo de homens e mulheres propulsados para o espaço. Passaram três décadas desde a primeira contagem regressiva com o ônibus espacial. Cem vôos somados entre os naves Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour, trinta anos expressos em um só vídeo.

Além do fim de uma era, a pesquisa espacial levou mais um grande golpe esta semana: os legisladores americanos votaram contra o orçamento para as missões de lançamento do Telescópio Espacial James Web, sucessor do Hubble.

Os astronautas americanos agora terão que pegar carona nos foguetes russos para chegar até a ISS. Sinal dos tempos e da crise americana, comemorada por muitos, em parte pelo antagonismo gratuito contra a grande potência; por outro uma corrente de pensamento que critica os grandes gastos financeiros com a pesquisa espacial.

Pessoalmente isso me desgosta bastante, poucos se dão conta, mas muitas das melhorias tecnológicas que desfrutamos nos dias atuais são resultados direto destas pesquisas: GPS, suporte sísmica, aprimoramento do giroscópio e espectrômetro, celular, detecção câncer de mama, detecção de queimadas, identificação de correntes aéreas e marinhas, levantamentos de realidade ambiental e ecológica, levantamentos topográficos, meteorologia, monitores cardíacos, navegação inercial, navegação por giroscópio, novos calçados, novos tecidos, painéis solares, propulsão a jato, relógio digital e mais um grande etcétera.