Já não se fazem mais legisladores como antigamente

Há alguns dias, no post Já não se fazem mais políticos como antigamente falávamos de Zaleuco de Locria, um político que levou a responsabilidade, como legislador e pai, até sua máxima expressão ao arrancar o próprio olho por uma condenação do filho. Pois hoje é a vez de Carondas da Catânia, um legislador grego do século VI a.C., que inspirou-se nas leis de Zaleuco para elaborar as leis das colônias calcídicas na Sicília e na Itália, entre elas a Catânia, sua cidade natal siciliana, e Reggio.

Para facilitar sua aprendizagem, escreveu as leis em forma de verso de forma que pudesse declamá-las em banquetes e reuniões. Suas leis eram bem democráticas, ainda que pertencesse à nobreza. Nelas é possível notar um particular esforço em redigir normas que protegessem a família (herdeiros, órfãos, viuvez...), leis contra a calúnia, difamação e perjúrio.

A Carondas também atribuem a imposição de multas por delitos como resistir a atuar como jurado, violação de escravas, roubo com violência, incêndio e estragos, cujo castigo era a vergonha de exibir-se travestido de mulher durante três dias no ágora. E ademais, como Zaleuco, proibiu a entrada na Assembléia usando uma arma.

Este último delito, segundo sua própria legislação, devia ser castigado com a morte. O caso é que em certa ocasião transgrediu involuntariamente a norma, Carondas entrou com uma espada na Assembléia e ao ser repreendido pelos ali presentes de que estava violando a lei que havia criado, disse:

- "Equivocais-vos, venho somente confirmá-la".

E suicidou-se com sua própria espada.

Enquanto isso em Brasília...

Fonte: Tradizioni Popolari Aulos.com.