O aumento dos abalos sísmicos tem causas naturais ou é resultado da atividade humana?

O Brasil está situado bem no centro da placa tectônica Sul-Americana, onde ela pode atingir até 200 quilômetros de espessura, e os sismos nessa localidade raramente possuem magnitude e intensidade elevadas. Mas isso não quer dizer que não tenhamos terremotos. Causados por desgastes na placa os abalos acontecem sim em todo o território nacional, mas são de pequena magnitude e são quase imperceptíveis na superfície. O mesmo já não acontece em outros lugares do mundo como, por exemplo, nos EUA.

Fotógrafo Alexander Mustard registrou um mergulho que ele e outros colegas fizeram na região entre as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia.

Nos últimos meses a atividade sísmica no mundo incrementou-se notavelmente a níveis até agora inéditos. Particularmente na zona central dos Estados Unidos, só em 2011, registraram 134 tremores com uma magnitude de ao menos 3 graus da escala Richter, seis vezes mais dos que normalmente experimentaram durante todo o século passado.

E conquanto esta tendência geológica vem acontecendo ao menos desde 2001, os especialistas notaram que em 2009 a freqüência sísmica acelerou até esses níveis atuais em território estadunidense. E entre os vários fatores que poderiam correlacionar com o fenômeno se encontra pelo menos uma eloquente coincidência: durante o mesmo período ampliaram o HAARP a exploração do petróleo e de gás também aumentou substancialmente por meio de novas técnicas.

Através de um recente trabalho cientistas da Sociedade Sismológica Estadunidense estabelecem o vínculo entre este aumento exponencial na quantidade de movimentos telúricos registrados e a atividade humana relacionada com os referidos combustíveis.

Contudo, o Departamento do Interior dos Estados Unidos rebateu esta versão, assegurando que não existem provas contundentes que mostrem a exploração do subsolo como causa imediata no incremento da atividade sísmica.

Pode ser possível, efetivamente, que não se trate de um fator determinante e único neste arriscado fenômeno geológico, mas sem dúvida parece improvável que ambas circunstâncias não tenham nada a ver entre si, afinal buraco que cutia cava...

Fonte: The Atlantic.

P.S.: Os especialistas participantes do fórum Naked Science têm uma boa explicação para o que acontece com o vazio que fica depois da retirada do petróleo que descrevo a seguir.

Quando se extrai petróleo dos poços, o mais comum seria imaginar que o espaço que fica automaticamente é substituído por rochas por magma ou que mantém o oco. Mas não é bem assim. Extrair o petróleo parece mais com extrair líquido de uma esponja que de um recipiente, segundo contam.

O depósitos petrolíferos estão naturalmente no interior da crostra terrestre em camadas de rocha porosa, geralmente arenito ou calcário. Nessa profundidade, os líquidos estão sob uma pressão muito alta. Assim, se o petróleo é bombeado para a superfície, a pressão do poço baixa e a água que está nas rochas ao redor, que também está sob uma grande pressão, se desloca para estes bolsões com menor pressão até que atingir um equilibro.

De modo que o que preenche o vazio deixado pelo petróleo é a água. Algo parecido ao que ocorre quando cavamos um buraco na areia na praia.

Já o magma costuma fluir muitos quilômetros abaixo dos poços de petróleo mais profundos, que podem estar a uns 9.000 m de profundidade. De modo que não há grande possibilidade de desencadear um gêiser de lava.