Candidato registra em cartório a doação de todo o seu salário para a caridade (3 fotos)

Ver os programas eleitorais nos dias atuais provoca-nos mais sensações de riso ou de verdadeiro nojo, que de admiração pelas promessas, um rosário de mentiras desfiadas pelos candidatos a vagas nas câmaras e prefeituras de todo o país. Por isso, às vezes, algumas propostas se constituem novidades inesperadas como a de um candidato a vereador de Alagoinhas, na Bahia, o Rui Sapucaia, que registrou em cartório a promessa de doar todo o seu salário para instituições de caridade.

Ademais, Rui também incluiu na declaração (ver imagem abaixo) que o primeiro projeto de lei que irá propor será a redução do salário de vereadores para 1 salário mínimo. Propor é uma coisa, aprovar é outra. Não é preciso ser muito inteligente para inferir que um projeto como este jamais será aprovado.

A declaração foi abraçada pelas redes sociais, já que de acordo com os seus termos, no caso de haver um descumprimento das promessas ali feitas, poderão resultar todos os devidos efeitos legais sobre o candidato.

Porém que efeitos legais seriam esses? Não sou advogado e pouco entendo de lei, mas os emedigueanos especialistas no assunto poderão corroborar ou contrariar a afirmação de que este documento é uma mera declaração unilateral, que não carrega nenhuma aplicação jurídica, senão obrigações de efeito moral em relação ao declarante, e como todos bem sabemos a palavra "moral" não costuma ser muito bem aplicada pela corja política.

Isso não quer dizer que o candidato Rui não esteja bem intencionado nem que não queira cumprir ao que se propõe, só quer dizer que há a possibilidade de que esteja só tentando captar a atenção e os votos e depois, se eleito, revogue sua proposta anterior deixando o eleitor com cara de bobo sem que sofra o rigores da lei, como é bem comum entre a camarilha.

Se vai dar certo ou não ninguém sabe, mas a iniciativa de Rui já lhe rendeu as manchetes da mídia, e isso pode se converter em um tendência entre os futuros candidatos, que passem a fazer suas promessas eleitorais registradas em cartório, já que suas palavras se perdem com mais facilidade que grãos de areia no deserto.

Estas declarações, por verdade, não constituem nenhuma novidade nem são incomuns. o problema é que, após as eleições, os eleitores não cobram seus candidatos fazendo com que qualquer promessa política caia miseravelmente na área do folclore ou que fique esquecida em alguma gaveta de coisas a fazer que nunca serão realmente feitas.

Fonte: JusBrasil.
Crédito imagens: O Buteco.