Companhia propõe comprar presídios americanos se Estado garantir ocupação de 90%

Possivelmente alguns estão se perguntando do que se trata o título deste post. Acontece que Corrections Corporations, uma empresa que administra prisões particulares nos Estados Unidos, enviou uma proposta a 48 estados oferecendo se para comprar seus presídios para solucionar os problemas que atravessam. A oferta poderia injetar um fluxo de liquidez nos estados mais precisados, enquanto a empresa ganha um contrato que em longo prazo pode trazer muitos dividendos.

Os EUA se mantém no topo do ranking de países com mais presidiários e as prisões podem ser um grande negócio para empresas particulares. Assim em uma carta divulgada pelo Huff Post, remarcam que a oferta, de até 250 milhões de dólares, contém uma cláusula com o compromisso de que os os estados devem manter suas prisões com um mínimo de 90% de ocupação.

Aqui no Brasil isto não seria grande problema já que a maioria dos presídios estão bem acima do seu limite, mas nos EUA isto pode ser muito inquietante, especialmente para os imigrantes ilegais pois as estatísticas indicam que 60% de todos os imigrantes que estão atrás das grades, são hóspedes da Corrections Corporations. Ademais esta empresa financia o lobby American Legislative Exchange Council, um grupo de ultra-direita que se encarrega de propor leis mais estritas e severas contra imigrantes.

Toda uma estrutura, na qual a fronteira entre a burocracia e a empresa privada deixa de existir, em busca de mais prisioneiros, mais leis que se acomodem a seus interesses e presídios mais baratos, reduzindo custos e provocando que os internos não possam mais ser beneficiados por bom comportamento. Este é o obscuro panorama das prisões nos Estados Unidos, e não seria absurdo pensar que, se os estados aceitarem a oferta da Corrections Corporations, logo passem a caçar imigrantes a laço na fronteira só para enviar para a cadeia.

Que lógica perversa é esta que busca gerar mais prisioneiros -criminosos segundo a lei- para alimentar à indústria penitenciária?

Fonte: Huff Post.