 | Poucas coisas falam tão fundo quanto a fome e os chineses sabem disso como ninguém. A campanha de Mao Tsé-Tung, que pretendia fazer da República Popular da China uma nação desenvolvida e socialmente igualitária em tempo recorde, conhecido como Grande salto adiante, resultou em uma dos maiores carestias da humanidade com quase 30 milhões de mortos. Há pouco mais de 50 anos os chineses aprenderam que na hora da fome, tudo que se mexe tem proteínas. |
Hoje, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) recorda que os insetos são uma fonte de proteínas que faz parte da dieta de ao menos 2 bilhões de pessoas e que tem um potencial por ser explorado já não apenas como alimento, senão também como ração para gado.
A agência apresentou em sua sede de Roma o relatório "Insetos comestíveis: Perspectivas de futuro para a segurança alimentícia e alimentação para o gado", com mais de 200 páginas, no marco da Conferência Internacional sobre Florestas para Segurança Alimentar e Nutricional, que termina hoje.
Segundo o estudo, realizado em colaboração com a Universidade de Wageningen (Países Baixos), os insetos são uma fonte importante e facilmente acessível de alimentos nutritivos e ricos em proteínas que são facilmente encontrados nas florestas.
Os insetos têm uma alta quantidade de proteínas, minerais (cobre, ferro, magnésio, manganês, fósforo, selênio e zinco), e são fonte de fibra, além de que seu consumo tem um impacto ambiental positivo. São "extremamente eficientes" para converter alimento em carne comestível: em média, podem transformar dois kg de alimento 1 kg de massa de inseto. Em contraste, o gado precisa de oito kg de ração para produzir um kg de carne.
Possivelmente, não se sabe ao certo, a maioria dos insetos gera menos gases de efeito estufa daninhos para o ambiente; ademais alimentam-se dos desfeitos do homem, de restos de comida, mato e esterco, e poderiam servir como insumos para a agricultura.
Na atualidade, a maioria dos insetos comestíveis são coletados em bosques, sua colheita é com frequência familiar e cobre a demanda de certos nichos de mercado. No entanto, A FAO afirma que com a mecanização a produção agrícola de insetos poderia ser incrementada.
A agência destacou que seu Programa de Insetos Comestíveis também examina o potencial dos aracnídeos, como aranhas e lacraias, ainda que não sejam insetos estritamente falando.
Cientistas analisaram o valor nutritivo dos insetos comestíveis, alguns dos quais como certos besouros, formigas e grilos se aproximam à carne vermelha magra ou o pescado assado quanto ao conteúdo de proteínas por grama.
No relatório destacam que algumas lagartas no sul da África e ovos de formigas tecedeiras do sudeste da Ásia são considerados manjares e atingem altíssimos preços.
Aqueles que consideram impensável o consumo de insetos deveriam saber que as pessoas os ingerem inadvertidamente de muitas maneiras, como já mostramos no artigo "Algumas coisas repugnantes e nojentas que provavelmente você já comeu hoje.
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Comentários
Passo.
Eu passaria fome, sem dúvida.
Até cavalos marinhos? Que horror!
Eu vi, depois, sua "resposta". Será que eles também comeriam o bicho-pau?
PH, pra eles existe o bicho-folha. Procura no outro post.
O Admin. faz piada pronta. Assim fica fácil.
Qual seria a posição de veganos fanáticos?
Dilissa, só fazer um viradinho ou kibes.
Com a necessidade se faz qualquer coisa.
Acho que é errado pensar assim, porque não é normal passar fome, mas não acho essa decisão muito extrema.
Hahahahaha, hakuna matata total, Numb.
Edgar rocha, onde assino?
Ainda bem que existem muitas outras fontes de proteína além da carne.
Na real acho que se o problema é o custo de produção da carne (monetário e ambiental), podemos direcionar nossa alimentação para algo mais próximo do vegetarianismo.
Também tem aquela idéia futurista de viver só de comprimidos. Porque não processar então os insetos e fazer suplementos?
Bom, não sei vocês, mas eu acho que precisaria comer uns 20 gafanhotos, 10 escorpiões e 20 aranhas pra matar a fome, hehehehehehehe! (mentira no primeiro gafanhoto eu já vomito)
Viscoso, mas gostoso!
mexe* admin
Se podemos comer artrópodes marinhos como camarão, caranguejo e lagosta, por que não insetos? São todos animais decompositores em essência (comedores de dejetos e carne morta). Nem por isso temos nojo. O problema, acho eu, não está aí. A alimentação sempre foi alvo de hierarquização social. O pão sempre foi do pobre e a carne, do rico. Se isto for proposto como mudança de hábitos culturais simplesmente para conter a demanda por proteína, direcionada aos mais pobres, me parece totalmente fascista. Quero ver se gafanhoto ou cigarra estarão na mesa do rico também. Ou se ficaremos com estes petiscos enquanto a demanda por carne bovina - o filé - vai preencher saborosamente a dieta dos mais abastados. Se for assim, simplesmente não mudará nada. É preciso diminuir a pecuária de extensão como um todo, ao invés de entesourá-la. Quanto a servir de ração para o gado, bem, fica lógico: comeremos a mesma ração do gado, enquanto alguém comerá o gado. Tomara que contraiam alguma gripe suína, bovina, alguma vaca louca... Quem sabe assim diminui a demanda. O vírus da vaca louca surgiu justamente da prática de oferecerem proteína animal pra herbívoros. Temos que lembrar disto. Esta teoria de que temos que comer insetos é subproduto do maoismo, pra conter a precariedade que virá. Se deu certo na China (em termos de contenção, claro, inclusive populacional), pode servir pro mundo. Só precisa convencer a todos que é chique comer insetos. A barriquinha de batata frita aqui perto já oferece "perninha de batata" vez por outra. Ao menos os nóias já estão acostumados.
Lugares diferentes, alimentos diferentes; não sei por quê tanta gente ainda se surpreende com isso.
Insetos não são saborosos.
Oh god, why????????
Falou galera, to entrando na minha nave e vou me mandar pra o planeta "Kepler-62e", vai que lá esteja rolando um churrascão de ET....
efeito estufa maior mentira do seculo 21,....
quanto aos bixinhos, sao mt nutritivos
mas a carne eh mil vezes mais suculenta =)
É... não. Pra mim, não, obrigada.
Futuro.