Morreu o último sobrevivente de Auschwitz

O polonês Henryk Mandelbaum faleceu hoje aos 85 anos em Bytom (sul da Polônia), como último sobreviviente do grupo de presos obrigados pelos nazistas a limpar as câmaras de gás e fornos crematórios do campo de extermínio de Auschwitz.

Como recluso do dito campo, Mandelbaum foi testemunha direta de algumas das maiores atrocidades cometidas na história moderna, entre elas a morte de 300 mil judeus húngaros em 1944.

- "Pensei que estava no inferno, tive que limpar as câmaras de gás e levar os corpos aos fornos crematórios ou fazer pilhas e os queimar; foi horrível, nunca esquecerei", recordou Mandelbaum há alguns anos, durante um encontro com a imprensa.

Com 21 anos, Mandelbaum foi preso pelas tropas alemãs e conduzido a Auschwitz, onde, ao contrário da maioria dos prisioneiros, não foi executado imediatamente, senão destinado a trabalhos de limpeza, um trabalho que, ainda que cruel, acabou lhe salvando a vida.

Depois da libertação, continuou vivendo na Polônia, onde dava conferências e liderava atividades para transmitir aos mais jovens a barbárie que se viveu no campo nazista, onde regressou em diferentes ocasiões, como durante a visita do papa Bento XVI em 2006.

Calcula-se que nas instalações de Auschwitz pereceram cerca de um milhão e meio de pessoas, sobretudo judeus, ainda que também foram exterminados sistematicamente ciganos e homossexuais, bem como prisioneiros de guerra soviéticos.

Colocamos esta informação mais como um registro histórico do que como notícia. Registro, sim, porque tornam-se cada vez mais constantes opiniões negando a existência do holocausto.

Grupos radicais islâmicos, presidente do Irã incluso, negam a existência por motivos políticos e geográficos. Colocam em dúvida a amplitude do genocídio dizendo que serviu somente para a criação do estado de Israel. Que serviu só para assentar um povo, os judeus, em terras que nunca foram suas.

E por outro lado os neo-nazis espalhados pelo mundo que pela falta de amor próprio e falta do nome do pai no registro de nascimento tentam restaurar as idéias do maior pulha covarde da história universal.

Toda tentativa de semear alguma dúvida sobre a realidade deste horror único e inegável deve imediatamente sofrer uma oposição firme de qualquer pessoa de boa fé, independente de sua religião. Então contemos aos nossos filhos que contarão as deles e assim sucessivamente para que horror como este nunca mais se repita, para que permaneça para todo o sempre e somente como a maior vergonha da humanidade.