Se um piano soa bem com uma pessoa, imagine como seria com uma dúzia

Como o titulo muito bem indica, se duas mãos podem fazer que um piano soe magistralmente, imagina então uma dúzia de consagrados pianistas tocando quase ao mesmo tempo. Isto foi o que ocorreu durante uma conferência TEDMED, em 2013, intitulada "O futuro da medicina e da ciência está aqui", no Kennedy Center John para as Artes Cênicas em Washington. Nesta conferência vários integrantes do conservatório de Washington se dispuseram a tocar o piano de uma maneira completamente diferente.

Nos comentários do Youtube (eu tenho de parar de ler aquilo) alguém chama de bobo e questiona a falta de senso da apresentação em grupo da rapsódia "Czardas" de Vittorio Monti em uma conferência sobre ciência. Certamente esta pessoa não teve a capacidade de inferir que a beleza e a força colaborativa conseguida com amor e harmonia, sobrepõe-se a atitudes pessoais. Os que trabalhamos em equipe, em qualquer âmbito da vida, podemos apreciar como as pequenas contribuições sincronizadas harmonicamente, dão como resultados obras magistrais e, no caso da música, mesclar e confundir vários esforços, gera uma maravilhosa interpretação.

Alguém poderia também dizer que, no caso da seguinte música, não vê sentido no Duo Siqueira Lima, formado pelos violonistas Cecilia Siqueira e Fernando Lima, tocando "Tico-tico no fubá", de Zequinha de Abreu, no mesmo violão. Mas há muitos fatores para considerar a espetaculosidade épica desta performance: a velocidade, o tempo, a precisão e, especialmente, a sincronia no fator colaborativo perfeito na maioria das vezes em que as mãos que estão tocando e dedilhando estão invertidas, em uma classe de malabares com notas musicais.