Veja a reação das pessoas quando alguém lê uma passagem da Bíblia dizendo que é do Alcorão

O medo é um poderoso catalizador do ódio. Por isso, e depois de juntar o fundamentalismo religioso aos terríveis atentados terroristas ocorridos nas últimas décadas, os crimes racistas e por motivos religiosos aumentaram em todo o mundo. De pouco servem as boas ações se seguirmos empenhados em negar a evidência: todas as religiões têm seus pontos obscuros, inclusive a que você pratica. Nesse sentido e não sem um pingo de razão, os muçulmanos são acossados de pertencer a uma religião que não faz parte do mundo contemporâneo e se tornaram o alvo de todo tipo de críticas dentro da nossa sociedade secular.

Só para efeito comparativo; o primeiro tratado de medicina da história foi realizado na Mesopotâmia, em torno do ano 4.000 a.C. Felizmente, ninguém opera hoje sob estas antigas prescrições médicas, já que, em nossa aprendizagem sobre o mundo e a vida, fomos as corrigindo, ampliando e adaptando. Seguramente dentro de 4.000 anos mais, nossos procedimentos também terão sido renovados. Parece lógico, certo?

As religiões também deveriam evoluir e se adaptar, difundindo uma mensagem positiva de amor e fraternidade. Nenhuma religião devia estar acima da integridade das pessoas e também não devemos julgar um livro por sua capa.

Generalizar é sempre se equivocar, e para demonstrá-lo, os apresentadores de um programa da TV holandesa, chamado "Dit is Normaal", fizeram um experimento curioso e sagaz no qual demonstram os preconceitos que, como ocidentais, temos pelo islã, igualzinho os islamistas têm pelo cristianismo.

Eles foram até as ruas e leram passagens de uma Bíblia camuflada com uma capa do Alcorão. O interessante documentário, que exibe as e indignações ante a agressividade do livro, já possui mais de 7 milhões de visualizações.

Como eu já disse em outro blog: qualquer pessoa imune de escolhas religiosas facilmente chegaria a conclusão que todas as seitas religiosas tem joio; que a religião, em geral, é um sistema daninho gerador de violência e fanatismo.

No entanto, estas conclusões também nos fariam eliminar do contexto a parte boa dos ensinamentos religiosos, fazendo com que recorrêssemos à grande praxe de nosso tempo: a intolerância com as pessoas que pensam e agem de maneira diferente a nossa, mesmo que saibamos que entre os grupos religiosos estejam os mais intransigentes.

Em pleno 2015, seria de bom alvitre que nosso comportamento e julgamentos de valores fossem baseados na razão e no entendimento e respeito entre as pessoas e não na discussão de qual deus é melhor.