Garota abusada canta «Bohemian Rhapsody» no The Voice

Um dos aspectos curiosos e muito interessantes dos programas de talento, sobretudo o The Voice, é poder analisar a realidade econômica e social do país através dos participantes: a correção política na versão americana com a tremendamente chata Alicia Keys, a obesidade mórbida de grande parte dos concorrentes no programa britânico, a serenidade das crianças da versão holandesa kids e a diversidade cultural do reality musical na França.

Este último merece um destaque pela quantidade de participantes feios/bonitos/fudidos/estranhos/interessantes. É uma verdadeira salada com gororoba. Nas audições deste ano apareceu uma garota linda que é a síntese da miscigenação no país. Lou Mai, 17 anos, ousou ao interpretar "Bohemian Rhapsody", do Queen. Não somente porque é uma canção extremamente difícil, mas porque o intérprete pode sempre cair na esparrela de ser comparado a Freddie Mercury. Para fazer a diferença, Lou Mai confiou em sua voz incomum. É uma pena que a apresentação seja abreviada.

Outra característica diferente do reality francês, é a utilização de instrumentos musicais. Nas versões de outros países sim surgem músicos tocando geralmente violão e piano, mas apenas fazem uma introdução e logo depois a banda entra em uníssono. Lá alguns tocam a apresentação inteira sozinhos, algo mais adequado a um Got Talent. Vejam o caso de Rym, que tem uma postura bem estranha para tocar teclado eletrônico, mas que proporciona um verdadeiro show com "Hit the Road Jack!", de Ray Charles.

Já o hipster Will Barber parece do tipo que vai causar vergonha alheia com sua voz falha no início de "Another Brick In the Wall", do Pink Floyd, mas que com um jeito totalmente alternativo ganha todo mundo.

O programa francês está na fase de batalhas, mas a mídia francesa já aposta todas as suas fichas no deficiente visual Vincent Vinel, virtuose no piano, que causou surpresa ao cantar "Lose Yourself", do Eminem. O cara é realmente bom, mas eu nem sei se é para tanto.