EUA negou ajuda a Israel para bombardear instalações nucleares iranianas

Não é legal começar a semana com notícias como esta, mas infelizmente não podemos fechar os olhos para um fato desta magnitude. O jornal The New York Times divulgou ontem que o presidente George W. Bush recusou no ano passado uma petição secreta feita por Israel para que o governo estadunidense atacasse o principal complexo nuclear iraniano de Natanz.

O diário, que cita fontes oficiais estadunidenses que falam em condição de anonimato, indica que a administração Bush recebeu a solicitação de Israel para voar sobre o Iraque e chegar ao Irã no complexo nuclear em Natanz, a uns 230 quilômetros da capital iraniana.

No entanto, segundo as mesmas fontes, Bush negou a ajuda a Israel argumentando que seu governo tinha aprovado um plano para sabotar os supostos esforços iranianos de desenvolver armas nucleares.

Estados Unidos conseguiu que Israel mudasse de ideia, ao menos temporariamente, mas a mudança na administração Bush intensificou o intercâmbio de informação com os serviços secretos israelenses deixando transparecer os pormenores de seu plano para sabotar de forma encoberta a infra-estrutura nuclear iraniana.

O que os servidores públicos não conseguiram averiguar foi se Israel tinha pensado realmente fazer o ataque ou a intenção do premiê israelense, Ehud Olmert, foi forçar à Casa Branca a tomar medidas mais firmes contra Irã, antes que Bush deixasse o cargo.

As fontes indicaram que ainda que Bush tenha sido informado das possibilidades para realizar um ataque às instalações iranianas, o presidente estadunidense nunca deu ordem ao Pentágono para que preparassem um plano de contingência, na contramão do que têm apontando alguns de seus detratores.

Os responsáveis da administração, liderados pelo secretário de Defesa, Robert Gates, convenceram Bush de que qualquer ataque ao Irã não seria efetivo, acabaria com a missão internacional de inspetores nucleares e só serviria para impulsionar o programa nuclear iraniano.

Assim mesmo, também consideraram que uma ação armada no Irã traria uma guerra aberta no Oriente Médio, com implicação direta dos 140 mil soldados estadunidenses no Iraque.

Estados Unidos é um dos principais países promotores das sanções ao Irã pelo programa de desenvolvimento nuclear promovida pelo país árabe, não atendendo as petições da comunidade internacional.

O Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) destacou em seu último relatório sobre o programa nuclear iraniano que Teerã não suspendeu o enriquecimento de urânio.

Apesar das sanções estabelecidas pela ONU e o pacote dos incentivos apresentado pelo grupo 5+1, formado pelos cinco países do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia) mais Alemanha, o Irã mantém seu pulso.

Estados Unidos e a União Européia temem que Irã use seus conhecimentos nucleares para fins militares, enquanto Teerã assegura que só tem intenções pacíficas como a geração de energia elétrica e aplicações médicas.


Para acompanhar o massacre, uma webcam em Gaza ao vivo.