Rafael Correa estatizou dois canais de televisão

O presidente equatoriano anunciou a licitação dos bens apreendidos de um grupo que controlava dois canais televisivos desse país durante a posse da nova ministra de Finanças, Wilma Salgado. O governo, espera "leiloar, licitar e ressarcir" ao povo o mais rápidamente possível..

O titular anterior do Ministério, Fausto Ortiz, abandonou seu cargo no dia de hoje, em desacordo com a medida realizada pelo Executivo.

O mandatário assegurou que a medida é legal e que não se trata de um atentado à liberdade de expressão. No entanto, a operação teve características de um assalto militar. Dessa forma reina um clima de preocupação entre os equatorianos ante a possibilidade de estar assistindo a uma onda de estatizações tal como acontece com a Venezuela, com o governo de Hugo Chavez.

Poucos meses atrás Chavez fez o mesmo na Venezuela com A RCTV, o maior e mais popular canal de TV aberto do país. À época a Rede Globo fez um "carnaval" noticiando o fato como: "Chaves fecha canal de TV na Venezuela", "Governo de Chavez atenta contra liberdade de expressão", "Em um golpe militar, Governo cala povo através de seu expoente maior...". O que a rede de TV brasileira esqueceu-se de dizer, e possivelmente fará o mesmo ao noticiar a estatização no Equador, é que as medidas tomadas tanto por Chavez quanto por Correa, ainda que exploradores do populismo barato, são legais.

A televisão no Equador, Venezuela, assim como no Brasil, são concessões públicas. Elas devem servir ao público e em sua grade diária devem ter, obrigatoriamente, programação de utilidade pública. Dessa forma, se o povo, através de seu representante maior, não quiser renovar esta concessão não estará infringindo a lei, mesmo no caso dos dois hermanos que se beneficiam das prerrogativas legais para calar quem não os agrada.

A TV brasileira só não mostra a notícia desta forma por precaução, para não fazer chegar aos ouvidos do povo que se a programação da TV não lhe agradar ele pode trocar. E já está mais que na hora de repensar a nossa TV, de torná-la pública de qualidade ou de rever os atuais detentores das concessões desta máquina de fazer dinheiro e de criar opiniões.