Animações mostram como os humanos migraram pelo mundo nos últimos 60.000 anos

Ex África sempre aliquid novi. Atribuído a vários luminares da antiguidade, esse ditado se traduz como "Fora da África, sempre algo novo". Mas talvez seja mais notável que da África tenha surgido algo bastante antigo: a própria humanidade, que ao longo dos últimos 60 mil anos se espalhou cada vez mais pelo mundo. Você pode ver como isso aconteceu no vídeo da Insider Science, que ilustra este artigo acima, que anima esses 60 milênios de migração global em menos de dois minutos e meio.

As setas amarelas que voam ao redor do globo na animação dramática fazem parecer que os primeiros humanos eram movidos por um trem-bala. Mas quando as consequentes mudanças climáticas ocorreram a um ritmo glacial, e as economias foram construídas com base no que as pessoas carregavam nas costas, as migrações em massa ocorreram ao longo de milhares de anos.

No entanto, aconteceram continuamente ao longo dos últimos 200.000 a 70.000 anos de história humana, mais ou menos. Talvez nunca saibamos o que levou tantos dos nossos antepassados distantes a espalharem-se pelo mundo.

Mas como podemos saber que rotas eles percorreram para chegar lá? Graças ao trabalho incrível de antropólogos e paleontólogos como aqueles que trabalham no Projeto Genográfico da National Geographic podemos começar a juntar as peças da história dos nossos antepassados.

O Projeto Genográfico foi lançado pela National Geographic em 2005, em colaboração com cientistas e universidades de todo o mundo. Desde então, recolheu dados genéticos de mais de 1 milhão de pessoas, com o objetivo de revelar padrões de migração humana.

Para obter mais detalhes, considere complementar esse vídeo com outro do GeoNomad, que acompanha a expansão da humanidade através da pesquisa de DNA. A pesquisa científica demonstrou que os 8 bilhões de pessoas que hoje ocupam a Terra são descendentes de uma mulher que viveu há 200 mil anos.

Os cientistas a chamam de Eva Mitocondrial, em referência ao DNA localizado nas mitocôndrias, um tipo de organela produtora de energia conhecida como "potência da célula". Tanto os homens quanto as mulheres possuem DNA mitocondrial, é claro, mas apenas o DNA mitocondrial feminino é transmitido aos descendentes; daí não estarmos falando de um Adão mitocondrial.

O mapeamento do DNA permitiu-nos traçar a história genética e geográfica dos descendentes da Eva mitocondrial. Alguns partiram para outras partes de África e outros para o que hoje conhecemos como Oriente Médio e Índia. Seja por desejo de viajar ou por necessidade e dadas as condições angustiantes implícitas na sua baixa taxa de sobrevivência, esta última provavelmente teve mais a ver com isso, certos grupos continuaram para o sudeste da Ásia e para a Austrália dos tempos modernos.

Foi através da Ásia Ocidental que os primeiros humanos entraram na Europa povoada por neandertais, já há 56.800 anos. Ali, cerca de 546 séculos depois, Terêncio escreveria: "Homo sum, humani nihil a me alienum puto" ("Sou homem e nada reputo alheio a mim do que é humano"): uma declaração talvez feita na suspeita de que, quando se retrocede o suficiente, somos todos uma grande família.