Primeiros humanos podem ter acasalado com outras espécies

A evolução humana complica-se. Um novo estudo genético realizado com 2.000 pessoas espalhadas pelo mundo sugere que alguns de nossos ancestrais hibridaram com outras espécies tais como os Neanderthais ao menos duas vezes.

Segundo os pesquisadores, a hibridação aconteceu há 60.000 anos no leste do Mediterrâneo, e mais recentemente há 45.000 anos no leste da Ásia.

Esta conclusão baseia-se no estudo de mais de 600 marcadores chamados micro satélites, seqüenciados em quase 100 populações diferentes. À medida que os humanos se expandiram a partir da África, há 50.000 e 100.000 anos, estes marcadores mudaram, o que tem permitido aos pesquisadores determinar as relações entre as diversas populações, ajudando a determinar quando umas se separaram das outras.

Se os humanos tivessem-se juntado só com outros humanos, todos estes marcadores teriam criado um pulcra árvore filogenética, mostrando que a diversidade genética humana deveria poder retrair-se a uma única população que existiu na África nos últimos 100.000 anos. Mas ao contrário, a equipe de pesquisadores dirigidos por Jeffrey Long da Universidade de Novo México, encontrou provas de que alguns dos marcadores pareciam muito velhos para proceder dos humanos. A explicação mais provável a este fato poderia ser a hibridação com outras espécies. Isto
significaria que os Neanderthais não desapareceram completamente.

Os Neanderthais são os aspirantes mais prováveis a parceiros de cama de nossos ancestrais, mas talvez não sejam os únicos. No mês passado, uma equipe do Instituto de Antropologia Evolutiva Max Planck em Leipzig, Alemanha, recuperou o DNA na Mongólia do osso de um dedo de um hominídeo datado entre 30.000 e 50.000 anos, que parece não ser Neanderthal nem humano. Seus ancestrais (ou outros hominídeos arcaicos ainda por descobrir) poderiam ter também cruzado com os humanos.

Os estudos prévios de pequenas partes do genoma Neanderthal não tinham mostrado evidências de hibridação, mas no futuro publicarão o genoma completo do Neanderthal. Se ademais conseguíssemos mais DNA da recém descoberta espécie hominídea asiática, os cientistas poderiam responder de uma vez por todas à velha questão se nossos antepassados compartilharam a cama com outras espécies.

Fonte: New Scientist.