Os ETs poderiam não se interessar por Einstein

Alguém já pensou que quando efetivamente o paradoxo de Fermi fizer parte do nosso baú de lembranças e recebermos a visita de nossos irmãos do cosmos é mais que provável que não sintam nenhum interesse por Einstein, mas em contrapartida Bach poderia deixá-los com a boca aberta?

A explicação é simples: se uma civilização extraterrestre conta com os meios tecnológicos necessários para viajar pelas galáxias, isso implicará que há milênios conhecem a
relatividade. O que seguramente fará com que não se impressionem muito com a descoberta de nosso admiradíssimo sábio alemão.

Nossa física dirá pouco ou nada sobre a natureza de uma espécie "adolescente" como a nossa, incapaz ainda de atalhar sua primeira crise energética e ecológica. No entanto os concertos de Brandenburgo de Bach, como mostra de genialidade intrinsecamente humana, poderiam deixá-los fascinados. Ainda que para isto cabe esperar que os visitantes sejam cultos, refinados, curiosos e que lógico tenham o sentido da audição.

Tudo isto recorda tristemente o famoso debate entre humanistas e cientificistas sobre a preponderância que determinados estudos deveriam ter na educação, enquanto na verdade deveriam acabar com a tradicional divisão dos alunos em ramos de letras ou ciências e começar a formá-los simplesmente em cultura. E olha que os ETs devem ter aprendido esta valiosa lição há muito tempo.