Você conseguiria viver sem Internet durante um ano?

Para muitas pessoas em todo mundo a Internet é um elemento indispensável em suas vidas. Trabalhista, pessoal e inclusive emocionalmente, a Rede tem uma presença fundamental na cotidianidade. No entanto, valeria a pena perguntar pelo valor verdadeiro da Internet na existência diária, se é deveras tão imprescindível como cremos ou se apenas se trata de uma prótese da qual poderíamos desprender em qualquer momento que assim desejássemos sem conseqüências maiúsculas.

Para examinar este assunto, Paul Miller, colaborador no site The Verge, impôs-se um interessante desafio: viver um ano desligado da rede. Curiosamente, alguns dos fins que persegue são essências morais. Segundo Paul, viver sem Internet fará dele, ipso facto, uma melhor pessoa. Em alguma sentido a Internet foi para Miller um "corruptor de sua alma". E talvez tenha razão.

Mas Miller não é tão ingênuo e nem quer quinze minutos de afama. Igualmente ressalta que quer saber que efeito tem esta vida virtual sobre sua capacidade de escrever. A este respeito cabe mencionar que há um par de anos, em uma série de regras que o jornal inglês The Guardian pediu a escritores renomeados para escrever ficção, o estadunidense Jonathan Franzen aconselhou evitar também a Rede:

- "É duvidoso que qualquer pessoa com uma conexão a Internet em seu trabalho, esteja escrevendo uma boa história de ficção", advertiu então o novelista.

Mas por outro lado é bom lembrar que existe a resistência ao novo e que muitos detratores da Rede não sabem do que falam quando criticam o mundo on-line. Basta ver o caso do advogado da atriz Carolina Dieckman que ameaçou processar o Google se continuasse indexando as fotos da atriz nua-pelada-sem-calcinha, como se isso -retirar as fotos do índice- fosse algo tão simples assim. O certo seria recomendar a sua cliente para que seja menos idiota à hora de gravar fotos comprometedoras no computador.

Seja como for, o desafio nos faz perguntar quantos de nós poderíamos retomá-lo, quantos estaríamos realmente dispostos a desligar nos totalmente e por quanto tempo resistiríamos? O assunto não é menor, pois, em outro sentido, oderíamos também considerar por que, por exemplo, podemos passar muito tempo sem ler um livro do princípio ao fim, sem ver televisão, sem consultar um jornal impresso, sem que o abandono destas ou outras práticas nos pareça estranho.

Então, por que a Internet parece tão vital? Quanto tempo você consegue ficar sem ela antes que comece a apresentar o estado do Delirium tremens?

Fonte: The Verge.