Os gêmeos no mundo

Os gêmeos idênticos constituem uma particularidade da espécie humana, já que a maioria das restantes espécies de mamíferos produzem gêmeos não idênticos (uma curiosa exceção é o tatu-galinha, que pode ter quatro gêmeos idênticos em cada gestação).

A razão pela qual se produz esta divisão anômala do zigoto é, ainda hoje, um mistério. A freqüência dos gêmeos não idênticos varia entre diferentes países e grupos étnicos, ao que parece devido tanto a fatores genéticos como ambientais.

O recorde do mundo é dos Yoruba da Nigéria, com uma taxa de 45 por mil nascimentos. O inhame, um alimento muito comum naquele país contém substâncias similares aos estrogênios que estimulam a ovulação, incrementando a probabilidade de que dois óvulos sejam fecundados aproximadamente ao mesmo tempo.

Pelo outro extremo, os japoneses têm o recorde de baixa freqüência: 6 para cada mil. Sabe-se que os nascimentos de gêmeos não idênticos são mais freqüentes em mulheres de grande porte.

O recorde mundial absoluto de nascimentos múltiplos é de uma camponesa russa do século XIX, a senhora Vasilet, que teve 16 gêmeos, 7 trigêmeos, 4 quadrigêmeos, e nenhum parto único.

Até bem pouco tempo atrás acreditam que a freqüência de gêmeos idênticos era aproximadamente igual em todas as nações do mundo; não obstante, um estudo publicado em 1996 revelou a existência de uma pequena cidade brasileira, onde a taxa de gêmeos idênticos era de 20%, dez vezes mais alta que no resto do estado do Rio Grande do Sul. Ainda não existe uma explicação para tão surpreendente fenômeno, mas há razões para pensar que a causa radica em fatores genéticos recessivos. A primeira, que a alta freqüência de gêmeos aparece a cada duas gerações; a segunda, que nesta pequena cidade, Cândido Godoy, tem uma alta taxa de endogamia.

Nem todo mundo está de acordo com está explicação. Segundo o historiador argentino Jorge Camarasa, o responsável pelo fenômeno foi o sinistro Josef Mengele, conhecido como o anjo da morte. Mengele era responsável pelos campos de exterminação nazista e tinha uma verdadeira obsessão com os gêmeos idênticos e dedicou-se a estudá-los nos campos de concentração. Na realidade, os estudos de Mengele não respondiam a nenhuma tentativa sistemática e eram puro sadismo. Ao finalizar a guerra conseguiu fugir para a América do Sul onde viveu até 1979.

Ao que parece, Mengele teria viajado com certa freqüência a esta região do Brasil nos anos sessenta. Este dado, e o fato de que os gêmeos brasileiros tenham traços tipicamente arianos levam Camarasa a concluir que o mencionado fenômeno é o resultado de algum estranho experimento.

Naturalmente, a ideia carece por completo de base. Os habitantes desta zona descendem de colonos alemães, motivo pelo qual não é nada raro que sejam freqüentemente loiros e de olhos azuis. Por outro lado, a alta geração de gêmeos permaneceram muito tempo após a morte do personagem. Resulta muito difícil pensar que este indivíduo tivesse o conhecimento e os meios para conseguir uma nova raça ariana. A hipótese de Camarasa circula por muitos sites da Internet sem que seja questionada já que a rede um farto terreno para a pseudo-ciência.