Recentemente um grupo de cientistas realizou um estudo, publicado na revista Neuron onde concluíram que, efetivamente, a inteligência não pode ser medida a partir de um teste de QI e os exames associados a este. Adrian M. Owen, Adam Hampshire e Roger Highfield lançaram uma convocação aberta pela Internet para que voluntários resolvessem 12 exames cognitivos disponíveis on-line, os quais analisavam a memória, o razoamento, a atenção e a habilidade de planejamento voluntário. Paralelamente este devia responder uma pesquisa sobre seu estilo de vida e seus hábitos.
Para a surpresa dos pesquisadores, milhares de pessoas de todas as idades, culturas e credos responderam ao chamado, com os qual os cientistas tiveram a sua disposição muitos mais dados dos que esperavam inicialmente.
Com esta informação em mãos, Owen e companhia descobriram que na ampla classe de habilidades cognitivas exploradas, não há nenhum componente que reflita por si só a inteligência de uma pessoa, isto é, esta se explica por meio da combinação de diversos elementos, entre os quais ao menos três são imprescindíveis: a memória em curto prazo, o razoamento e o componente verbal, mas igualmente devem ser levados em conta fatores como a idade, o gênero ou alguns tão circunstanciais como o gosto pelos videogames ou o hábito do tabagismo, que também influem no funcionamento cerebral. Os gamemaníacos parecem ter melhor razoamento e memória em curto prazo, e os fumantes uma capacidade verbal e mnemônica diminuídas.
Os testes de QI foram objeto de críticas desde a sua criação no início do século XX. Para seus detratores, os testes de inteligência eram considerados algo como o Esquadrão da Morte Psicológico, que buscava um poder sem paralelo sobre o futuro de uma criança. O maior deles, o jornalista Walter Lippmann, dizia odiar a insolência que existia por trás da afirmação de que cinquenta minutos poderiam julgar e determinar a aptidão predestinada de um ser humano para toda a vida.
- "Odeio esta sensação de superioridade que ela cria, e a sensação de inferioridade que ela impõe". Lippmann e Lewis Terman discutiram tanto o mérito do teste que só faltou que chegassem as vias de fato.
Agora, cem anos depois, a tão respeitada ideia de QI parece que não sobreviverá por muito tempo nos esforços por hierarquizar as pessoas de acordo com sua inteligência. Ao menos não somente desta maneira.
Fonte: Science Daily.
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Comentários
O problema de mensurar a inteligencia, é primeiro definir o que é inteligencia.
Mensurar a temperatura é facil, porque existe uma definição.
A tenperatura da água é mensurável porque existe um mínimo (gelo) e um máximo (fervura). Quem foram os extremos ao elaborarem essa escala de QI?
Mensurar a inteligência é algo muito surreal. Afinal, usaram qual inteligência como parâmetro?
O máximo é 140? O.O
Tá, eu não tirei 140, tirei 136, e tava arredondando haha
Mas nossa, eu não fazia ideia. Se eu soubesse que era 140 eu não precisaria arredondar tanto ahaha
Maria tb gostei do seu comentário
adendum. Esses testes podem ser falseados com metodos. é possivel que uma pessoa "burra" consiga tirar 140 (supostamente o maximo, já que existem outras escalas onde o máximo é 250, mas a maioria é ~140) se tiver o algoritimo. Na verdade é possivel fazer um computador passar nesse teste, mas isso é coisa para os enginers da IBM, e voce vai precisa de um supercomputador, ou esperar 20 anos para comprar por 1000 dolares.
ps: faltam 28 anos para os supercomputadores ultrapassarem o raw power do cerebro humano.
Nenhum teste de inteligencia é valido pelo simples motivo de que não existe definição valida do que é inteligencia.
Pessoas bastante inteligentes, com um QI supostamente alto, podem enxergar além desse teste e perceber que o mesmo é limitado, por explorar somente uma dentre várias categorias de habilidades cognitivas.
E Angelina, os humanos, sob determinados pontos de vista, não passam mesmo de dados – desde que pisaram neste planeta.
Ai, adultos, sempre querendo transformar os humanos em dados.
Sempre numerando, qualificando...
Todas essas pessoas que falam que o QI não funciona devia ter um QI abaixo da média haha
Talvez não, mas duvido que alguém com um QI bom vá dizer que é um método ruim.
Só por que meu QI é 140 grr
Concordo em tudo com Walter Lippmann.Vejo pessoas consideradas "muito inteligentes" cometerem burrices colossais.
Lucy, mais uma vez o seu comentário foi 10 !!!
" não existe um elemento que quantifique a inteligência humana "
Já que a inteligência humana não pode ser medida uma vez que o homem não usa 100% do seu cerebro.
riá riá riá
"Gente que DESCONSIDERA". Sempre errando na digitação. Mea culpa. QI baixo.
Será que vão dar crédito a esta pesquisa? A academia e a sociedade estão preparadas pra romper com mais este dogma científico? Creio que vai demorar. Tanto quanto foi aceitar que a Terra é redonda. Há interesses sociais e de grupos do clero universitário que odiariam parar de selecionar seus pupilos e definir a superioridade de um determinado grupo a partir do teste de QI. Acho até que o teste de QI define mais um perfil sociológico e psicológico conveniente ao sistema do que pretensiosamente a capacidade cognitiva. Psicopatas têm QI alto. Gente que considera variáveis, que não polui o pensamento objetivo com sentimentos, vícios, valores, enfim, com personalidade. E como esta falta de escrúpulos é útil, não?
Texto interessante.
A gente já sabe disso mas a única palavra que é levada em conta é a dos cientista, é preciso sempre uma pesquisa cientifica pra constatar o que ja sabemos
Albano, aprenda: Desmistificar vem de misticismo, que vem de mistico.
Parabéns Albano, seu inteligente! Quer dizer que desmistificado está relacionado com misto. Huahauhauahua...
Isto ai depende do contexto criatura. Aprende ó
desmitificar = tirar a condição de mito;
desmistificar = des-mistificar que significa acabar com a farsa, desmascarar. Tendeu?
Agora repete comigo: eu sou um jumento (100 vezes)
"DESMITIFICADO"
NA VERDADE OS CIENTISTAS DEVEM TER "DESMITIFICADO" E NÃO "desmiStificado" .
A PALAVRA É REFERENTE A UM "MITO" AO INVÉS DE "MISTO"
QI nunca foi definitivo, se você faz um neste ano, pode fazer outro ano. Os testes que dizem se você tem algum retardo/desenvolvimento avançado mental são feitos por psicólogos e neurologistas, não por testes de QI.
E depois não entendo essa ideia de ficar endeusando a inteligencia/cérebro.
já fiz esses testes de QI e digo que não acredito, o meu deu igual a média ...mas acho que só isso não consegue avaliar a inteligencia de uma pessoa
Quanto ao pensamento do último parágrafo do texto, elementos para categorizar as pessoas de acordo com a sua inteligência não faltam, vemos aos montes, por aí.
"O maior deles, o jornalista Walter Lippmann, dizia odiar a insolência que existia por trás da afirmação de que cinquenta minutos poderiam julgar e determinar a aptidão predestinada de um ser humano para toda a vida."
Exatamente o que eu penso.
Previsível, levando-se em conta que o conceito de inteligência não é preciso e que, com base em análises, há pelo menos 7 tipos diferentes. Fatores genéticos podem influenciar, mas o estilo de vida é muito mais impactante, de modo que é praticamente impossível estabelecer um único paradigma para aferir o que chamamos de inteligência e chegar a alguma conclusão definitiva. Além disso, os tradicionais testes de QI "avaliam" somente um pequeno grupo de aptidões para o raciocínio lógico, tendo em vista que existem diversos tipos.