Makoko é um assentamento urbano de um quilômetro quadrado construído de forma ilegal, cujas moradias estão completamente rodeadas de águas imundas não aptas para a pesca. Sua população é composta principalmente por trabalhadores imigrantes de todas as partes da África Ocidental.
Há aproximadamente 100 anos, Makoko era um tranquilo povoado pesqueiro construído por pescadores provenientes de Benin e Togo, que se assentaram ali para ganhar a vida, ainda que já pouco resta daquele tranquilo e saudável lugar:
A população da favela de Makoko aumentou gradualmente. Apesar de que não existem registros oficiais do censo, a estimativa é que atualmente residem em Makoko entre 150.000 e 250.000 pessoas
As casas são construídas com madeira rústica ou de resto de construções, com o apoio de pilares do mesmo material. Cada moradia costuma acolher entre seis e dez pessoas que, em muitos casos, vivem de aluguel. Ou seja, há com certeza alguém abastado morando em uma boa casa em Lagos e alugando esses verdadeiros chiqueiros.
As famílias de Makoko vivem principalmente da pesca e da coleta de madeira. O meio de transporte mais comum são estas instáveis e estreitas canoas, que ademais são utilizadas para a pesca e como pontos de venda onde as mulheres vendem alimentos, água potável e artigos para o lar.
Durante décadas, os residentes de Makoko carecem de acesso à infra-estrutura básica como água potável, eletricidade e eliminação de resíduos.
A favela tem latrinas comunais que são compartilhadas por umas 15 famílias mais ou menos. Todas as águas residuais, excrementos e sacos de polietileno vão parar na água da lagoa, que nada mais é que um esgoto a céu aberto.
Isto explica o fétido cheiro das águas e por que seus habitantes estão continuamente expostos a riscos ambientais e problemas de saúde
A única forma possível de obter água potável é comprando dos vendedores ambulantes, já que o governo não fornece água ou qualquer outro serviço em Makoko
Seus habitantes demandam a abertura de mais escolas que ofereçam a possibilidade de que, com o tempo, muitas pessoas possam sair dali
Atualmente só existem um punhado de pequenas escolas para atender às milhares de pessoas que vivem em Makoko. Uma delas é esta abaixo, construída sobre 250 barris de plástico reciclado, e que foi financiada pela ONU e uma ONG alemã
Em 2012, o governo demoliu um monte de casas flutuantes e outras estruturas ilegais, usando como justificativa os problemas de saúde e a falta de saneamento básico.
No entanto, muitos dos locais suspeitam que sempre existiu uma motivação subjacente: vender os terrenos a imobiliárias para obter uma farta soma de dinheiro
Os numerosos protestos e a repercussão mediática, fizeram com que o governo lançasse um plano de reconstrução, no qual proporcionará acomodações a 250.000 pessoas e emprego para umas 150.000. Mas o plano ainda continua apenas no papel.
Fonte: Daily Mail.
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Comentários
Tenso, heim ???
Mesmo assim, interessante...
Em Manaus e Belem tambem temos bairros em semelhantes condições.
Infelizmente os nossos governantes tambem tem as mesmas atitudes .
Existe no entanto , estudo de ONGs nao governamentais , que ficaram estarrecidas com censo nesses " nossos " locais onde esmagadora maioria prefere nao sair dali . Gostariam sim de terem melhores condições , mas que fossem ali , e nao em outro local . Os motivos são os mais diversos , e acredito , comecem pela falta de cultura , conhecimento básico e excencialmente pela descrença pessoal em uma vida menos desumana .
se os moradores vem de outras partes da Africa para morar dentro de um esgoto, imagina como eram essas áreas de onde eles saíram...
Até quando? Até quando existirá tanta injustiça?
"Todas as águas residuais, excrementos e sacos de polietileno vão parar na água da lagoa, que nada mais é que um esgoto a céu aberto."
Antes mesmo de ler esta parte já estava para comentar que é praticamente viver em um esgoto, só em olhar as imagens já se imagina o odor...
"A única forma possível de obter água potável é comprando dos vendedores ambulantes, já que o governo não fornece água ou qualquer outro serviço em Makoko."
O Governo não fornece nada no continente Africano inteiro, cada site que vc entra e tem uma reportagem sobre uma região diferente da Africa é a mesma coisa: Pobreza, precariedade, doença... outro dia li sobre a Somália, é pior ou igual a isso aí, creio ser pior pela tamanha violência, mas vai saber, enfim. É de revoltar!