Em 1980, o mundo conheceu a série Cosmos, conduzida por Carl Sagan, com uma linguagem apta para neófitos e uma seleção de temas e imagens fascinantes do espaço. Não havia muita expectativa de sucesso, já que naquele então o mundo não era muito fã de Ciência -na verdade isso não mudou muito-. Para muitas gerações, foi o documentário com maiúsculas, o inspirador de letárgicas vocações científicas. Agora podemos ver a série completa de novo no Youtube, tanto em português como inglês ou espanhol.

- "Sem as mudanças climáticas, não poderíamos habitar a Terra como fazemos hoje. O efeito estufa, pelo qual os gases na atmosfera de um planeta aumentam o calor da superfície desse planeta, torna possível a vida na Terra." É o que diz Carl Sagan no vídeo que ilustra este post. Ele acrescenta que, sem ele, a temperatura seria cerca de 30 graus centígrados mais fria: - "Isso é bem abaixo do ponto de congelamento da água em todo o planeta. Os oceanos seriam sólidos."

No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar. Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6.4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem.

Há muito poucas pessoas no mundo cujas palavras não caducam e ficam para a posteridade. Ocorre que Carl Sagan pode ser uma dessas personalidades. Não importa se discurso, mensagem ou conferência feita por ele, porque sempre permanecem vigentes. Hoje talvez mais do que nunca. O discurso que vemos a seguir ocorreu em 1990, durante o 5° Fórum de Questões Emergentes, transmitido ao vivo pela televisão pública da Carolina do Norte.

O som de um beijo, as primeiras palavras de uma mãe a um bebê, a batida de um coração. Estes sons humanos viajam a 56.000 km/h para o espaço estelar e encontram-se já nos limites do Sistema Solar, a mais de 16 bilhões de quilômetros da Terra. Os sons estão gravados nos dois discos de ouro das sondas Voyager, enviadas ao espaço em 1977 junto com dezenas de fotografias e símbolos que pretendem dar uma mensagem sobre quem somos a possíveis alienígenas.