Cão que perdeu a fé na humanidade enfim encontrou esperança

Tenho a opinião que um preceito básico para ter um cão é ter uma área murada com canil. Ele deve sair para passear na trela, mas quando estiver em casa deve estar livre de correntes. Confinamento intensivo ou contenção prolongada podem prejudicar gravemente seu bem-estar físico e psicológico. Um cão, de outra forma amigável e dócil, quando mantido continuamente acorrentado ou confinado intensivamente de qualquer forma, torna-se neurótico, infeliz, ansioso e frequentemente agressivo.

Também não consigo entender quem resolve criar um cão, mas não mantém as necessidades básicas do bichinho. Para que deixar o animal sofrer?

Este era o caso de Beike, um cão abandonado que tremia de medo, com as suas feridas escondidas sob o pelo emaranhado. Ele tornou-se um cão de coração partido, incapaz de confiar nos humanos.

Quando a equipe de resgate do FurShelter recebeu uma ligação relatando um cachorro amarrado e abandonado em uma fazenda remota, eles correram até lá.

O mais triste desta história é que Beike havia passado pelo abrigo e foi adotado por um cara que lhe prometeu um lar amoroso. Outrora cheio de alegria, tornou-se um cão de coração partido, incapaz de confiar nos humanos.

Um ferimento em sua perna era claramente visível e seus olhos estavam cheios de medo. O cachorro feliz que eles conheciam havia sumido.

Você consegue imaginar ver um cão que um dia te amou agora cheio de medo? O socorrista permaneceu por perto, falando baixinho para acalmá-lo.

Lentamente, ele estendeu a mão para convencê-lo a sair. No início, ele ficou nervoso e assustado, com os olhos cheios de suspeita. Mas o medo era forte demais, e ele se escondeu embaixo da máquina novamente.

Esta não era a vida que o abrigo sonhou para ele, mas agora Beike era apenas uma sombra do cachorro que costumava ser.

Determinado, o socorrista procurou seu dono. Até que um homem irritado apareceu, com Beike assustado demais para sequer encará-lo.

Quando questionado como ele podia deixar Beike sofrer daquele jeito, o homem deu de ombros.

- "Ele está bem sob a máquina", disse ele casualmente.

O socorrista ficou atordoado. Beike claramente não estava bem! Ele estava apavorado, magoado e doente. Tentaram explicar ao homem o quanto ele havia causado mal ao cão.
Mas o homem apenas repetiu:

- "Ele é meu cachorro. Cuide da sua vida", disse o homem.

O socorrista não podia deixar Beike ali. Ignorando seus protestos, levou Beike embora.

Depois de alguns dias de tratamento, tomando medicamentos e curando as feridas, o antigo Beike começou a aparecer timidamente de novo.

Lentamente, o cão abandonado começou a confiar novamente, e o cão de coração partido encontrou esperança.

Quando Beike estava pronto para deixar o hospital, o antigo dono chegou ao hospital, exigindo levá-lo. Mas o veterinário se recusou e alertou que chamaria a polícia se ele insistisse. O médico não suportava a ideia de Beike sofrer novamente.

A história de Beike prova que mesmo um cão abandonado, negligenciado e maltratado podem encontrar uma segunda oportunidade na vida.

Cães negligenciados ou abusados podem recuperar a confiança nos humanos por meio de interações consistentes e positivas. Embora o processo possa ser longo e variar dependendo do temperamento de cada cão e da gravidade do trauma passado, muitos cães acabam aprendendo a associar humanos à segurança, comida e afeto, mesmo depois de sofrer negligência ou abuso.