Não consigo encher os dedos das mãos se contar as vezes que fui a um cemitério durante toda a minha vida, eu não gosto deles. Talvez porque a área de sepulcro da minha família tenha umas esculturas de anjos muito escrotas e feias e aquele ambiente regado pelo cheiro nauseabundo de cera de vela queimada misturada com o fedor do cravo de defunto me faça sentir o próximo da fila sob o olhar instigante de um anjo sem nariz. E para não causar este desconforto nos meus descendentes já decidi que vou ser cremado.

Em 1830 foi publicado pela primeira vez em Paris um livro especial, o "Polyorama, ou 20.922.789.888 de vistas pitorescas" que conta com 16 paisagens litografadas montadas em papelão que permitem montar e combinar lado a lado mais de 20 bilhões de paisagens e cenas diferentes. Abaixo eu mostro 3 exemplos:

Eu fico pensando quantas pessoas se feriram quando deram com a cara nas paredes ou muros pintados por Eric Alan Grohe, provavelmente o artista mais conhecido em sua área. Seus projetos de grandes murais públicos são pintados, é lógico, no local e tipicamente demoram vários meses para ficarem prontos, dando a oportunidade sem igual aos moradores locais de testemunhar o dia-a-dia da criação de uma obra de arte.

O fotógrafo britânico Tim Flach tem uma forma totalmente distinta de ver os animais. Pós-graduado na escola de arte St. Martins de Londres, Flach retrata animais estilizados com aspecto de pura arte. Fotógrafo profissional já há mais de 25 anos, o estilo conceitual de Flach não parece baseado somente em fotografia senão que em esculturas pintadas.

O premiado artista alemão Michael Kutsche é um ilustrador que trabalha tanto para a mídia tradicional quanto para a digital. Seu trabalho é descrito pelos críticos como uma estonteante representação natural das realidades paralelas e oníricas, povoadas por personagens estranhos com um toque de pintura renascentista. E foram estes personagens imaginativos que chamaram a atenção de Tim Burton para convidá-lo a fazer desenho final das criaturas de Alice no país das maravilhas.

Nunca consegui entender a arte moderna e suas formas (ou a falta delas) e nunca gastaria um real para comprar um obra destas. Mas me rendi a arte de Angela Fraleigh e seus quadros me fizeram mudar de opinião. Há algo de subjetivo em suas pinturas, parece que está tentando dizer algo desesperadamente, uma vibração inquietante que convida a reflexão sobre as faces que parecem emergir do meio das tintas.

Kobi Levi, um designer graduado na Academia Bezalel de Arte & Design de Jerusalém, é o responsável pelo desenho destes sapatos que a gente só pode ver mesmo na Net ou numa exposição de coisas bizarras. Não posso afirmar com toda a certeza deste mundo, mas creio que nenhuma mulher iria usar estas coisas marmotas.

A canadense Jill Greenberg é possivelmente a mais conhecida fotógrafa da grande rede. Agraciada com dezenas de prêmios na área de fotografia, Jill sempre prima pelos detalhes dos seus retratos de crianças, animais e celebridades muito conhecidos. É bem possível que você reconheça uma ou outra fotografia desta coleção e só não sabia que eram fotos suas. Aliás, em 2006, tive uma tremenda dor de cabeça por postar uma galeria chamada End Times, sua obra mais polêmica.

O artista australiano Ivan Lovatt, utiliza malhas de arame -a mesma utilizada em cercas e galinheiros- para criar suas esculturas. Ele experimentou nos mais diversos campos da arte para trabalhar sua criatividade, mas foi na escultura que encontrou sua preferência; nas telas de arame, seu material; e, na vida selvagem, sua inspiração inicial.

Os artistas californianos Marcos Grieve e Spector Ilana construíram este obelisco de 20 metros de altura composto de 340 bicicletas e triciclos. O chamado "Cyclisk" foi instalado em uma esquina de Santa Rosa, Califórnia. O obelisco foi feito com bicicletas velhas que foram doadas para tal fim por vizinhos da comunidade.

Eu não sabia se colocava o trabalho destes dois caras na sessão Vídeos ou Imagens, mas seu conceito artístico de impressionante apelo visual permitiu escolher em conjunto acertadamente a categoria Arte. Os dois brincam, cada um a sua maneira, com as tonalidades das cores criando de forma envolvente e quase mágica uma atmosfera cheia de sensações.

Pessoalmente acredito que a manipulação digital de fotos é toda uma arte, ainda mais quando se busca um resultado muito próximo da loucura de aproximar o surrealismo das coisas reais, é necessário talento para fazer isso. Estas 40 imagens são exemplos perfeitos do que é uma manipulação surrealista onde seus realizadores se esmeram nos detalhes para dar o tom da criação.