Aplicar molho picante no furico ajuda a manter uma ereção por mais tempo?

Ainda que para a maioria dos brasileiros a "pimenta no olho do outro seja refresco" ou que "pimenta no rabo do capeta é friagem", na gringolândia corre uma crença popular, relacionada a impotência sexual masculina, de que aplicar molho picante no ânus ajuda a manter uma ereção por mais tempo e conquanto, primeiramente, parece um procedimento um tanto boiola-radical, é possível que afinal de contas seja efetivo por razões científicas e fisiológicas.

Primeiramente a maioria dos molhos picantes compartilham um composto químico comum, a capsaicina, uma família de moléculas orgânicas hidrofóbicas que se encontra em todas as pimentas e vegetais picantes. Só como comparação curiosa, o efeito doloroso que a capsaicina produz segue a mesma rota bioquímica que o veneno da tarântula.

No corpo humano, esta substância gera a sensação de calor que regularmente é associada com o picante por entrar em contato com as mucosas que recobrem os lábios e a boca. Só que estas não são as únicas zonas do corpo onde se encontram: também há mucosas nas fossas nasais, pálpebras e, sim, no ânus, onde, como no resto das mencionadas áreas, as sensações que gera serão de dor e de inflamação, incentivos pouco favorecedores da ereção.

No entanto, existe uma ligeira possibilidade de que, efetivamente, o molho picante tenha consequências sobre a potência sexual. Entre os efeitos da capsaicina também se conta o fato de que o fluxo sanguíneo aumenta na zona que entra em contato com o composto químico, motivo pelo qual aplicar molho picante diretamente sobre o pênis faria fluir uma maior quantidade de sangue. Mas a verdade é que se trata de uma possibilidade remota, nem certeira e muito menos recomendável.

No io9 Keith Veronese especula com a estimulação prostática por meio da garrafa de molho, mas, estritamente, isso sai do domínio da química, pelo qual resulta ocioso explorá-lo.

Ao final, como quase sempre acontece nestes temas, a resposta não é clara nem contundente, e o único critério parece ser evitar incorrer em um procedimento que atente contra sua integridade ou a de seu parceiro sexual.

Por outro lado e mantendo o assunto centrado nas pimentas, uma pesquisa realizada por 3 universidades brasileiras (Unifran, USP e Unesp de Ilha Solteira), descobriu que uma pimenta vinda da Índia tem uma molécula natural capaz de combater a disfunção erétil. A descoberta aconteceu quase que por acaso durante uma pesquisa para o tratamento da Doença de Chagas, quando os pesquisadores perceberam que os ratos que participavam do teste do medicamento tinham uma ereção após a outra.

O caso é que nos testes realizados com aproximadamente cem animais, os pesquisadores constataram que, em comparação com conhecidos remédios vendidos nas farmácias, o extrato da tal pimenta apresentou uma área de irrigação sanguínea maior e não causou aceleração cardíaca. E diferente dos medicamentos conhecidos, o uso da substância também não precisa de estímulo para que ocorra a ereção, a própria molécula estimula tanto a ereção quanto a ejaculação.

O próximo passo da pesquisa é desenvolver um medicamento, a partir da molécula. Mas não vá sair correndo até a próxima quitanda para comprar uns 5 kg de pimenta, pois segundo os pesquisadores, apenas a ingestão da pimenta não é suficiente para combater a disfunção erétil.

Fonte: io9.

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