Este simples teste poderia predizer quantos anos vai viver

Quanto tempo vamos viver? Essa pergunta nunca é respondida acertadamente a priori e em verdade não é possível fazer nenhuma afirmação senão a posteriori. Mas um médico brasileiro, Claudio Gil Araújo, criou um simples teste que permite conhecer o estado geral de saúde e deduzir disso a expectativa de vida, ao menos aproximadamente e funciona melhor para quem tem mais de 50 anos, mas também pode indicar o condicionamento físico dos mais jovens.

Há três componentes neste simples teste: equilíbrio, força e flexibilidade. A prova consiste em ficar de pé em algum superfície plano e depois sentar no chão (em posição de lótus) sem utilizar as mãos para apoiar-se; a segunda parte da prova consiste em ficar de pé, novamente sem nenhum tipo de apoio.

Equilíbrio, força e flexibilidade são três coordenadas que estão presentes em nossa habilidade motora em grau variável durante toda a vida; são os reguladores do equilíbrio motriz e, à medida que envelhecemos, refletem a saúde de nossa coordenação psicomotora. Claudio Gil notou que seus pacientes idosos tinham dificuldades com simples testes de equilíbrio, e os problemas de condição física costumam implicar um aumento no risco de cair acidentalmente e sofrer lesões que prejudicam a qualidade e expectativa de vida.

A ideia de Claudio Gil é que este teste servisse não como uma espécie de "oráculo" ou predição de quanto tempo alguém ainda tem vida, senão de que seus pacientes se sentissem motivados a realizar mudanças em seus hábitos de exercícios físicos e saúde ao constatar por si mesmos o estado de seu próprio corpo. Ademais, é um teste simples que pode ser realizado em qualquer lugar e que não precisa de nenhum equipamento especial.

Como aplicar e interpretar o teste:

Ao realizar o teste você terá uma qualificação em escala de 1 a 10: 5 pontos para sentar-se e 5 pontos para levantar-se. Cada vez que você utilizar os braços ou joelhos para ajudar a se apoiar, deve subtrair um ponto dos 10 possíveis. Meio ponto deve ser subtraído a cada vez que perder o equilíbrio ou quando a fluidez do movimento se tornar instável.

Parece um esquema muito simples, porque o é: Claudio Gil aplicou este teste em mais de 2 mil pacientes com idades entre 51 e 80 anos, e descobriu que as pessoas que obtinham menos de 8 pontos de qualificação tinham o dobro de probabilidades de morrer durante os próximos seis anos; os que obtivessem três pontos ou menos tinham cinco vezes mais probabilidades de morrer durante esse período de tempo. Em suma, cada ponto obtido no teste representa uns 21% de diminuição na probabilidade de morte.

Para os menores de 50 anos, esta prova serve para dar uma ideia geral do estado de saúde. Se você tem menos de 50 anos e já mostra alguma dificuldade em realizar esta simples tarefa, provavelmente este seja o sinal de que está precisando realizar algumas mudanças em seus hábitos diários -como exercitar-se regularmente, alimentar-se de forma mais saudável- e dedicar mais atenção à saúde.

Decidi divulgar os dados deste estudo, publicado na revista médica Preventive Cardiology, porque há mais de um ano, quando fiz o teste, não superava os 2 pontos. Estava obeso, trabalhando mais do que o necessário e postando no MDig como um louco. Foi quando decidi pisar no freio, diminuindo tanto as horas de trabalho quanto o número de postagens e passei a correr e pedalar mais e com mais constância. Hoje faço o movimento todo, sentar e levantar, sem nenhum apoio.

E daí, quanto pontos? Podemos encomendar o caixão ou "só pode restar um"?