Como seria a história dos 3 porquinhos nos dias atuais?

Em um magnífico comercial de 2012, o jornal The Guardian demonstrou porque está na vanguarda na adaptação do negócio jornalístico dos novos tempos transladando a conhecida fábula dos três porquinhos à Inglaterra do século XXI. No vídeo mostra-se com talento como a sociedade global e interconectada pode modificar e complementar as notícias, mudar o modo de agir dos meios além de modificar o desenvolvimento da sociedade e os fatos.

Como todos sabemos a mídia digital teve que outorgar ao leitor um papel decisivo convertendo-o em elemento ativo da notícia, muito afastado do papel passivo que existia no jornalismo ultrapassado que vendia notícias conforme sua conveniência.

O spot começa com a notícia de que o lobo foi cozido vivo e a polícia prende os três porquinhos acusados de seu assassinato. As mensagens dos usuários nos comentários de blogs e nas redes sociais começam a questionar ou apoiar a versão dada pelos meios e pela polícia.

O desenvolvimento dos fatos varia segundo aparecem novas mensagens e informações, como a de um vídeo enviado ao Youtube no qual aparece o lobo aspirando um spray para asma, de forma que seria impossível que conseguisse derrubar as casas dos porquinhos com seu sopro. Prova definitiva para que as autoridades condenem os três porquinhos pelo assassinato do lobo, já que estes reconhecem ter cometido uma fraude e mataram o lobo para receber o seguro e cancelar o embargo da hipoteca que o banco tinha sobre suas moradias.

Os embargos hipotecários como os que tinham os três porquinhos começam a se tornar epidêmicos na população. Começam os protestos contra os bancos, levando os 3 porquinhos a condição de heróis para exigir que salvem as pessoas acima dos bancos.

A notícia de que os protestos provocarão uma reforma legislativa sobre os embargos aparece em um Ipad. Fecha-se o círculo.

A esfera pública modifica o cenário. O leitor dos novos meios é ator e protagonista dos fatos deste conto jornalístico do século XXI. Muito bom!