Cadê a unidade B que estava aqui?

Poucos aqui devem se lembrar, mas os computadores de mesa já tiveram unidade B:. E onde ela foi parar? Se você olhar na relação de unidades e pastas que aparece no programa Explorer do Windows notará que vai da unidade A: para a C:. Já nos notebooks desapareceu até a unidade A: onde começa-se a nomear a unidades de disco a partir do C:.

O que obedece este salto? Um descuido? Um esquecimento? Os já veteranos em computadores sabem perfeitamente o porquê, mas os mais novos usuários talvez fiquem interessados em conhecer o motivo.

História:

Em 1981 a Microsoft comprou o QDOS - uma emulação para processadores Intel de 16 bits lançado no ano anterior pela Seattle Computer Products adaptado pela IBM para rodar num IBM PC. O produto, recebeu o nome de MS-DOS (Microsoft Disk Operating System), incluía o autoexec.bat e o sistema de arquivos FAT (File Alocation Table) e vinha num "disquetão" flexível de 160 KB (5"1/4).

Em 1982 foi apresentado o MS-DOS 1.2 com suporte para disquetes de 5"1/4 de dupla face (320KB) e em 1983 a Microsoft lançou MS-DOS 2.0 para rodar no IBM PC/TX, com a principal novidade de suportar os novíssimos HD's com uma impressionante capacidade de 10 MB.

Durante aqueles anos os equipamentos não possuíam discos rígidos (muito caros) e teriam de passar ainda alguns anos para que o seu preço deixasse de ser proibitivo para serem parte integrante do PC básico como conhecemos hoje.

Enquanto os discos rígidos não se generalizaram, os computadores contavam com duas unidades de disquete (alguns somente com uma) que eram utilizados para diferentes tarefas: em uma era colocado o disco flexível com o sistema operacional e na outra a aplicação que iria ser utilizada. Quando fosse necessário salvar dados era preciso retirar um disquete e substitui-lo por outro. (show de bola para quem já havia utilizado o sistema ainda mais antigo de salvar dados em fitas cassete)

O disco rígido facilitou essa tediosa tarefa e tornou desnecessária uma segunda unidade de disquete, pois com uma era suficiente para carregar/salvar programas ou dados num suporte externo ao computador.

A terceira unidade (C:) era a reservada para o disco rígido e, na atualidade segue sendo assim, atribuindo letras posteriores a segunda unidade de disco, memórias flash, discos rígidos portáteis, reprodutores... Mas por costume, e pela arquitetura interna do computador, a letra B: permanece reservada e não pode ser usada por nenhum outro dispositivo.

Mas basta conectar ao PC duas unidades de disco flexível para que ele atribua as letras de unidade A: e B:, ainda que, claro, isso já não tenha nenhuma utilidade.