A maldição da tocha olímpica

Estamos há poucos dias da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio e, fora uma nota ali outra aqui geralmente de escárnio ou crítica com a organização daquela que já está sendo chamada de Olimpíadas do cocô (em alusão as águas da Lagoa Rodrigo de Freitas), nem parece que o país está prestes a organizar tamanho evento mundial. Na verdade encontramos mais notícias na imprensa internacional do que na nacional, que parece não querer apostar em uma cerimônia que tem tudo para ser novo motivo de vergonha mundial.

O brasileiro sempre tão ligado ao esporte, sobretudo o futebol, espontaneamente não está nem aí para as Olimpíadas, ninguém está. Se antes todos sabíamos de cor e salteado o nome dos 11 jogadores da seleção, agora conhecemos o nome dos 11 juízes do STF, e sabemos que pelo menos metade deles não deveriam estar usando aquela toga preta.

Um dos símbolos da desobrigação e até da ira do brasileiro com os jogos e o desperdício do dinheiro público recaiu sobre a tocha olímpica, que sempre foi motivo de orgulho por onde passou nas outras edições dos jogos. Aqui virou uma espécie de maldição, que matou uma onça, que fez um deficiente andar (aleluia!), que foi devidamente ignorada, judiada, apagada (quase) e muitas vezes derrubada.