Chinesa confessa que seu filho de 27 anos foi sequestrado quando ela trabalhava como babá

O exercício que vamos propor é realmente terrível, mas tente por um momento imaginar que sua mãe te sequestrou [sua idade] anos atrás e agora decidiu confessar. O que você faria? A princípio, parece que a atitude imediata seria nunca mais querer vê-la e denunciá-la para a polícia. Mas foram [sua idade] felizes ao lado daquela que você sempre conheceu como mãe e agora abre se este tamanho buraco. As coisas não seriam tão simples como poderíamos imaginar.

Foi o que aconteceu com uma ex-babá na China, que recentemente confessou, em agosto passado, ter sequestrado um menino de seus patrões em Chongqing e criá-lo como seu próprio filho nos últimos 26 anos. He Xiaoping, 48 anos, de Nanchong, na província de Sichuan, no sudoeste da China. A polícia vem investigando sua história desde então, mas não é capaz de abrir uma ação criminal baseada unicamente em sua confissão.

Xiaoping afirma que depois de ter dado a luz dois filhos e perder ambos na infância, ela pediu conselhos aos anciãos de sua aldeia. Eles supostamente disseram a ela que a única forma de ter um filho, seria "pegar" alguém de outra família. Em 1992, Xiaoping foi para a cidade de Chongqing com um RG falso e encontrou um emprego como babá para um menino de 1 ano de idade. Ela afirma que depois de trabalhar por três dias, levou o menino a Nanchong e passou a chamá-lo de Liu Jinxin, mesmo nome de seu segundo filho.

O menino agora tem 27 anos, mas durante todos esses anos que esteve com Xiaoping, ninguém nunca foi procurá-lo. Em 1995, após o nascimento de sua filha, Xiaoping pensou em devolver o menino à família, mas temia a prisão. Ela o manteve e o criou como filho.

- "Eu sei que fiz coisas ruins", disse ela em uma entrevista com Chongqing Evening News. - "Mas sempre o tratei como meu próprio filho, e ele me tratou como sua mãe real."

Xiaoping disse que ela finalmente resolveu confessar seu crime por um documentário de TV mostrando uma senhora que passou os últimos cinquenta anos procurando por seu filho perdido. O programa mexeu tanto com Xiaoping que ela disse a verdade a seu filho e se entregou à polícia.

A mulher disse aos repórteres que, embora seu filho não esteja convencido de que ela está falando a verdade, ele deixou Nanchong pouco depois de ouvir sua confissão e começou a trabalhar em Guangzhou.

- "Nunca pensei que ela não era minha mãe, pois sempre foi a melhor mãe do mundo para mim", disse Liu. - "Eu pouco me importo se vão encontrar meus pais biológicos ou não. Eu já tenho uma mãe."

A polícia registrou Liu no banco de dados de pessoas desaparecidas da China, mas até o momento, não há correspondências. Curiosamente, também não há registros policiais de um menino desaparecido em Chongqing em 1992. Xiaoping disse que continuará a procurar a família biológica de Liu independentemente e acha que ela deve ir mesmo presa quando eles forem localizados.

Huang Ziqiang, um famoso advogado de Chongqing, disse que, se o caso for real, Xiaoping poderia enfrentar uma pena de até cinco anos de prisão de acordo com a lei penal de 1979. No entanto, o prazo para tais acusações é de cinco anos, e ela provavelmente não será presa, mesmo que seja condenada.

- "Como eu posso me redimir do meu pecado então? Confessar ao Buda?", perguntou Xiaoping.

A história recente se tornou viral na China, graças a própria Xiaoping que entrou em contato com jornal Chongqing Evening News em uma tentativa de divulgar sua busca pela família biológica de Liu. O artigo publicou sua história na semana passada e desencadeou um acalorado debate nas mídias sociais chinesas, e muitos pediram que ela fosse presa, quer ela ou a polícia localizassem a família de Liu.

Liu, no entanto, não quer vê-la presa, pois ele a considera sua mãe real qualquer que seja a situação.

Esse lembra muito o caso Pedrinho, que foi roubado por Vilma Costa dos braços da mãe, em janeiro de 1986, na maternidade Santa Lúcia, em Brasília, e localizado 16 anos depois, em Goiânia, vivendo com a família e com outro nome.

Pedrinho em 2016 Via: Correio Brasiliense

Pedrinho hoje já é pai e mantém laços com as duas famílias, inclusive visita Vilma, que ganhou a liberdade condicional em 2008, após cumprir 5 dos 19 anos da pena inicialmente imposta pela justiça. Já a irmã Roberta, também sequestrada por Vilma, segundo o CB, sequer visita a mãe biológica, hoje com 75 anos. Complicado!

Fonte: Oddity Central.