Escolher melhor as pessoas que nos rodeiam é o que nos fará mais felizes

Não é o dinheiro, nem a saúde, nem sua filosofia de vida, nem outros tantos fatores pelos quais lutamos a cada dia. Segundo um neurocientista, o fator mais importante para determinar nossa felicidade tem a ver com o tipo de pessoas que escolhemos para passar o tempo. Pelo menos é o que sustenta Moran Cerf, um neurocientista francês da Universidade de Northwestern, em Evanston, Illinois, Estados Unidos, que estudou a tomada de decisões durante mais de uma década.

Cerf baseia sua tese em duas premissas. A primeira: que tomar decisões tem um enorme custo cognitivo, um dispêndio de energia mental. A segunda premissa é que os humanos crêem falsamente que têm pleno controle de sua felicidade ao tomar essas decisões. Isto é, que desde que tomemos as decisões corretas, pensamos, nos encaminharemos para a satisfação da vida.

Sua pesquisa sugere que quando duas pessoas estão em companhia suas ondas cerebrais começarão a se entrelaçar e ficar quase idênticas. Um estudo realizado com cinéfilos, por exemplo, descobriu que os trailers mais atraentes produziam padrões similares nos cérebros das pessoas.

Isto significa que as pessoas com quem você passa seu tempo realmente tem um impacto em seu compromisso com a realidade para além do que pode explicar. E também começa a se parecer mais ao outro, e vice-versa. A conclusão de Cerf é que se as pessoas querem maximizar a felicidade e minimizar o estresse, devem construir uma vida que requeira menos decisões ao se rodear de pessoas que encarnam particularidades semelhantes.

Por exemplo, rodear-se de pessoas que querem fazer mais exercício, ver menos televisão, tocar um instrumento musical ou ser mais sociáveis seria uma forma de nos contagiarmos dessas atitudes sem a despesa de tomar as decisões conscientemente.

O que talvez explique o sucesso do Facebook. Hoje em dia, em um mundo cada vez mais conectado, vivemos no intuito de criar meios virtuais seguros, grupinhos onde nos sentimos bem em um mundo de faz de conta só com notícias que aprovamos. Grupos fechados onde a regra é "ou pensa como eu ou está contra mim". Novo amigo no Facebook? Péra, deixa ver se ele pensa o mesmo que eu. E assim passamos os dias entre memes tontos.

Fonte: Business Insider.