A estranha condição da mulher cujos seios nunca pararam de crescer

Enquanto para algumas mulheres a cirurgia de aumento de mama supõe uma mudança muito desejada a nível estético, para outras pode ser uma questão bem mais séria. Este é o caso de Sheridan Larkman, uma mãe de 23 anos australiana cujos seios não deixaram de crescer desde que tinha oito anos. Sheridan decidiu contar ao mundo sobre sua terrível doença e as dificuldades que enfrentou nos últimos 15 anos. Com 10 anos, a mulher já usava um sutiã adequado para uma garota de 18 anos; agora, com 23 anos, a mãe australiana precisa de cuidados especiais.

Ela teme que suas doenças se tornem crônicas se não se submeter a uma cirurgia de redução das mamas. Segundo explicou ao Mail Online:

- Comecei a me desenvolver aos oito anos e quando era uma adolescente foi o momento mais difícil de tudo. Me sentia diferente das outras garotas de minha idade cujos seios mal se destacavam quando eu já usava grandes sutiãs. Tive que lidar com todo tipo de comentários crueis e grosseiros sobre meu corpo."

Sheridan não sabia como reagir. Não sabia se era normal que os meninos fizessem isso; não sabia se debochavam dela ou se tentavam levantar seu astral. Não podia entender por que o estavam fazendo. Com frequência se sentia desconfortável e queria usar roupa que ocultava seu corpo.

A jovem conta que durante sua adolescência os seios seguiram crescendo a um ritmo que podia ocasionar outro tipo de inconvenientes. A jovem mãe explicou que seus seios lhe provocaram, entre outras coisas, escoliose leve, e severas dores nas costas e ombros:

- "Nunca pesei, mas acho que têm ao redor de cinco ou seis quilos cada um. São quase tão pesados como carregar quatro bebês recém nascidos."

Por esta razão, no momento em que escrevo este artigo, Sheridan já quase arrecadou seu objetivo de 10.000 dólares para sua cirurgia através de sua vaquinha GoFundMe onde escreveu: "Por favor, ajudem-me a financiar uma redução de mama para salvar minha saúde e poder desfrutar a vida com meus filhos e passatempos sem restrição".

Hipertrofia mamária

Esse é o nome que a literatura médica dá ao estranho caso de Sheridan. Descrita pela primeira vez em 1648, trata-se de uma transtorno médico raro do tecido conectivo do seio em que os seios se tornam excessivamente grandes.

A condição muitas vezes divide-se em função da gravidade em dois tipos, macromastia e gigantomastia. A hipertrofia dos tecidos mamários pode ser causada por uma maior sensibilidade histológica a certos hormônios, como os hormônios sexuais femininos, a prolactina e os fatores de crescimento. A hipertrofia mamaria é um desenvolvimento progressivo benigno, que pode ocorrer em ambos seios ou só em um.

Geralmente, o distúrbio começa pouco depois da primeira menstruação na adolescência, mas também há casos onde ocorre antes da primeira regra. O problema? Que enquanto o crescimento ou desenvolvimento normal dos seios na puberdade não é um processo contínuo, as jovens com hipertrofia mamária experimentam um crescimento abrupto e significativo de seus seios em um período curto de tempo ou em etapas sucessivas.

Ademais, pode acontecer dos seios continuarem se desenvolvendo em proporções anormais. Como soluções médicas, não existe um tratamento médico além da cirurgia de mamoplastia, precisamente o que espera Sheridan há muito tempo, como ela mesma explica:

- "Não posso deixar de pensar no dia em que possa entrar em um loja e comprar um sutiã sem ter que esperar três semanas para a entrega."