A Mesquita do Xeique Lotfollah é um dos mais belos exemplos de arquitetura islâmica

É difícil encontrar um lugar mais belo que a mesquita do Xeique Lotfollah em Isfahan, Irã, uma das grandes jóias da arquitetura islâmica. Esta obra, que reflete a noção fundamental do islã, o ishan -a beleza e o gosto como consonância com Alá-, demorou 16 anos para ser construída no início do século XVII. Toda sua magnificência tem como fundamento louvar a glória divina, mas também prover algo muito simples: um local onde o devoto possa ser transportado ao esplendor divino, um vínculo entre o finito e o infinito.

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A arquitetura da Mesquita do Xeique Lotfollah é comparativamente singela; o que é excessivamente complexo e intrincado é sua decoração, realizada com os materiais mais finos e as formas mais sublimes. No interior do domo central pode ser observado um pavão dourado, de cujo centro solar emergem plumas como raios de sol. Esta é a câmera visionária por excelência e uma das mais altas notas da arquitetura sacra. O visitante deve antes atravessar um corredor que o leva em uma espécie de ascensão mística até esse ponto central: o sol pavão divino, que é como um olho onividente.

A arquitetura islâmica tenta fraternizar através da forma, através da geometria sagrada, do intricamento harmônico do desenho e da explosão espiritual da cor, o que é inefável. A essência da divindade é impenetrável e irretorquível; o máximo que pode ser feito é se aproximar dela através da beleza, conforme diz um dos hadiths (palavras reveladas) islâmicos.

A arquitetura e a arte em geral regressam, através da forma e da percepção sensorial, às realidades arquetípicas; nesse sentido, a ornamentação e a sublime expressão geométrica são as fronteiras para a realidade metafísica da unidade divina.

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