Concorrente bonitão do The Voice norueguês surpreende com sua voz infantil

Geralmente a voz humana acompanha a compleição física. Ou seja, dificilmente você verá um homenzarrão com voz aguda, principalmente em função da testosterona que, entre outras características, fomenta a voz mais grave. Mas também existe uma condição médica rara chamada puberfonia ou falsete mutacional. Há poucos dados sobre sua prevalência, mas provavelmente não seja superior a um caso para cada 900.000 pessoas, que deve ser o caso de Sebastian James Hekneby, que participou este ano do The Voice na sua versão norueguesa.

A puberfonia é definida como a persistência da voz infantil em uma pessoa que já deveria ter mudado de voz, sem que tenha uma causa orgânica que justifique. A literatura científica limita-se à descrição em homens e alguns autores duvidam de sua existência em mulheres. As características mais freqüentes são: tom habitual muito agudo e bitonalidade, quando a pessoa parece ter duas vozes, ainda que não a use de forma totalmente simétrica ou compensada.

Todos mudamos de voz durante a puberdade, ainda que essa muda seja bem mais notável nos homens que nas mulheres. Ocorre que a laringe cresce de forma muito rápida e as cordas vocais aumentam seu tamanho. Essas mudanças fazem baixar o tom habitual com o qual falamos e durante um período de três ou quatro meses é normal que exista certa instabilidade porque o cérebro, informado pela audição e a propiocepção, demora um tempo em controlar a nova mobilidade das cordas vocais.

No caso de Sebastian, que cantou Chandelier na sua audição às cegas, fica a dúvida se o cérebro dele não aprendeu a compensar ou se sua laringe não se desenvolveu. É muito estranho vê-lo cantar.

Sebastian James Hekneby chegou a final do reality cantando Michael Jackson, não levou. Mas estranhamente arrebanhou um grande séquito de fãs femininas por causa de sua voz esquisita, para dizer o mínimo.

Há de notar que ele não usa falsete, é sua voz normal mesmo. O falsete, quando bem usado, é um recurso musical fabuloso. Se não... veja a cara de descrédito dos jurados do The Voice francês em 2013 quando se depararam com quem estava cantando "Cancion Sefaradi", uma mistureba de latim, árabe, hebraico, acompanhado de um bouzouki, uma espécie de alaúde.