''Proibido tocar': a tola e absurda lei que cobrou a vida de uma jovem rainha e sua prole

Em 31 de maio de 1880, Sunandha Kumariratana, rainha da Tailândia com apenas 19 anos,, estava a bordo de um barco a caminho do Palácio Real de verão Bang Pa-In quando a embarcação subitamente virou devido a correnteza mais forte, jogando a rainha grávida e sua filha de um ano na água. Ainda que houvesse muitas testemunhas, nenhum delas ousou prestar socorro. Naquela época, tocar qualquer membro da realeza, mesmo para salvar sua vida, era punível com a morte.

A história conta que algumas testemunhas, de raciocínio mais rápido, jogaram cocos na água, esperando que a rainha pudesse agarrá-los para permanecer à tona. Mas ela não sabia nadar, e acabou afundando rapidamente junto com a princesa nas águas turvas do rio, intocadas pelas mãos dos plebeus.

Desolado e tomado pela tristeza, o rei Chulalongkorn, meio irmão de Sunandha, ordenou que a lei fosse anulada de forma imediata. No ano seguinte ele ademais mandou erguer um obelisco de mármore no Palácio Bang Pa-In para celebrar sua esposa, filha e filho inato.

Na monarquia da Tailândia, sobretudo, os veneráveis Rei e Rainha são extremamente adorados. Ainda na atualidade, qualquer pessoa que desacatar um membro da realeza é presa na hora. Isso também se aplica ás moedas e cédulas do bath, que tem imagens do Rei estampadas. Rasgar, rabiscar, e inclusive pisar no bath é considerado um desrespeito e um crime passível de punição.