A PETA agora quer proibir a palavra 'pet' porque é injusta com o bichinho

Recentemente, o grupo ativista dos direitos dos animais PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) publicou uma declaração pedindo que todos parem de usar a palavra "pet" para se referir a seus animais de estimação, com preferência a uso de "companheiro animal" porque "pet" é considerado depreciativo para as nossas bolas de pelo. A PETA é notória por seu ativismo questionável, por sequestrar animais de lares amorosos e já foi acusada de ser um matadouro de animais domésticos. Então esse apelo atual para evitar a terminologia não é diferente.

A opinião da PETA sobre o assunto é baseada em um artigo intitulado "Termos de Discurso" publicado no Journal of Animal Ethics. O artigo explica que palavras como animal de estimação, bicho, fera, bruto e bestial são consideradas termos depreciativos de pessoas do passado. E como, de acordo com eles, a linguagem é uma parte inerente da maneira como vemos o mundo e tudo nele, essas palavras devem ser trocadas por outras mais igualitárias.

Na sua declaração pública sobre o assunto, a PETA disse o seguinte:

- "A maneira como as pessoas falam sobre os animais afeta diretamente a forma como pensamos e os tratamos. Os pesquisadores determinaram que palavras como 'bicho', 'besta' e 'animal de estimação' são depreciativas e sugerem o uso de 'companheiro' muito mais respeitoso."

A PETA também rejeitou o uso de termos como "dono", já que animais de estimação não são objetos de propriedade e sugeriram o uso de "guardião" ou "cuidador humano".

Ainda que eu não veja nenhum demérito em palavras como "pet" ou "animal de estimação", a questão da linguagem que molda a maneira como pensamos é muito mais complicada do que alguns podem pensar. É mais um debate sobre galinha ou ovo ou pelo em ovo. Nós já vimos muitos exemplos de correção política na linguagem que deram com a vara n'água, porque as novas designações acabam se apropriando do sentido anterior. Tradição, estilo de vida, cultura e outros aspectos que moldam a maneira como pensamos e conversamos sempre complicam o assunto se estivermos a fim de problematizar o que não tem problema à luz dos fatos.

A verdade é que tudo isso é extremamente ridículo, sobretudo vindo de uma organização que recebe quantias ingentes de grana para matar animais que tiveram a má sorte de chegar em seus abrigos, uma ONG de discurso duplo e dissimulado que, por um lado, prega uma agenda de defesa dos animais -visando despertar o interesse da mídia e de possíveis doações-, e por outro assina a sentença de morte dos mesmos que estão sob seus cuidados.

Como se já não tivéssemos muitos problemas no mundo e também o fato de minha gata me tratar como humano de estimação, agora temos mais uma problematização. De qualquer forma, não vejo a hora de meu "cãopanheiro" chegar do trabalho para contar a novidade a ele.