Pinguins enjoados se recusam a comer peixe barato após aquário cortar custos para combater a inflação

O Japão historicamente teve taxas de inflação muito baixas, mas as coisas são diferentes nos dias de hoje. Nos últimos meses, dificilmente uma semana se passa sem que um restaurante, loja ou fabricante anuncie que está aumentando seus preços, e isso agora afeta não apenas o orçamento doméstico, mas também os hábitos alimentares dos pinguins. No Aquário Hakone-en, na província de Kanagawa, ao sul de Tóquio, os tratadores estão comprando alimentos mais baratos para seus animais para reduzir custos, e um grupo de pinguins exigentes e enjoados não gostaram nada da mudança.

Entre os moradores do aquário há um grupo de pinguins que gostam muito de carapau, ou aji, como o peixe é chamado em japonês. Infelizmente, os preços do aji aumentaram 30% e, devido as preocupações orçamentárias, o aquário começou a misturar saba, uma cavala de preço mais baixo na alimentação do pinguim.

Alguns dos animais se recusam a comer a comida mais barata. Enquanto alguns bicam cautelosamente, outros viram seus bicos para ele como se dissessem: - "Tira essa porcaria daqui!"

- "Mesmo que eles peguem no bico, eles vão cuspir" disse Hiroki Shimamoto, o chefe do zoológico.

No Japão, custos de importação e preços de energia mais altos -causados ​​por tensões na economia global devido à pandemia de covid-19 e a invasão da Ucrânia- chocaram os cidadãos. Em abril de 2022, os preços ao consumidor no Japão aumentaram 2,5%, o maior desde outubro de 2014.

O custo de funcionamento do aquário aumentou cerca de 20% desde o início do ano, disse Shimamoto, embora não tenha sido autorizado a dizer quanto gasta em comida.

Além de optar por alimentos mais baratos, o aquário teve que desligar as luzes e reduzir a frequência de limpeza do tanque de filtração, na medida em que não prejudique os animais.

Shimamoto disse que o aquário começou a fazer a transição de seus 20 pinguins e cinco focas para a cavalinha mais barata em maio, com apenas 10% de sua dieta sendo substituída pela proteína de preço mais baixo. Ele apertou o cinto gradualmente e, a partir de julho, cerca de 30 a 40% da comida dos mamíferos será de peixe mais barato.

- "Não tenho certeza se os animais podem sentir uma diferença significativa, mas você pode dizer que eles não estão acostumados a isso", disse ele.

Mas fique tranquilo, os comedores exigentes não passam fome.

- "Para aqueles que se recusam a comer saba, nós apenas damos o que eles costumavam comer", disse o tratador.