O Japão está fazendo história ao aproveitar a energia solar do espaço

O Japão está levando o conceito de energia solar a um novo patamar ao se aventurar no espaço sideral. O projeto OHISAMA, que leva o nome da palavra japonesa para sol, lançará uma usina de energia solar espacial capaz de enviar energia para a Terra sem fio. Na Conferência Internacional sobre Energia Espacial, realizada em Londres em abril de 2024, Koichi Ijichi, consultor do instituto de pesquisa Sistema Espacial Japonês, explicou como o OHISAMA funcionaria.

Uma nave espacial de teste pesando 180 kg e equipada com um painel solar de 2,0 metros quadrados coletará luz solar durante sua órbita. A energia captada será então transferida para grandes antenas por meio de micro-ondas.

- "A transmissão levará apenas alguns minutos", compartilhou Koichi. - "Mas, quando a bateria estiver descarregada, levará vários dias para recarregar."

O satélite, com lançamento previsto para o final deste ano, terá uma potência inicial relativamente baixa. Atualmente, a projeção é de que ele transmita cerca de 1 quilowatt de energia a uma altitude de 400 quilômetros.

Para se ter uma ideia, essa é a quantidade de energia necessária para alimentar uma máquina de lavar roupa. Embora certamente não seja uma grande mudança de vida, o Japão espera que esse pequeno começo possa levar a algo maior. Há que se dar o primeiro passo.

Pesquisadores já demonstraram a transmissão a partir de uma aeronave em movimento; agora, precisam dar o salto para o espaço. A esperança é um dia lançar satélites gigantescos, capazes de produzir até um gigawatt de energia solar.

Sejam bem-sucedidos ou não, mesmo nessa pequena escala, eles estão na liderança. E se a OHISAMA conseguir colocar seu satélite de teste em órbita, eles farão história.