Por que as criaturas marinhas se tornam muito maiores nas profundezas da zona da meia-noite do oceano?

O oceano está cheio de maravilhas e feras misteriosas e desconhecidas se levarmos em conta que menos de 5% de todo o oceano foi explorado em termos de observação direta e pesquisa. Isso significa que a grande maioria do oceano, incluindo suas profundezas e a vida que nele existe, continua sendo um mistério. Curiosamente, quanto mais fundo você vai, maiores as coisas ficam. Mas por quê diabos isso acontece?

Sem sol e com poucas presas, seria um problema ser tão grande. E, no entanto, alguns animais conseguiram levar uma vida supereficiente, apesar de seu tamanho enorme. Esses são os gigantes das profundezas do mar.

Surpreendentemente, a maioria desses habitantes das profundezas do mar não são predadores, mas sim necrófagos que guardam sua energia para coisas mais importantes.

A paleontóloga Danielle Dufault, da Animalogic, explicou por que criaturas marinhas comuns se tornam muito maiores na zona da meia-noite do oceano. Essas criaturas gigantes incluem o tubarão-da-groenlândia (o vertebrado com a maior longevidade), o caranguejo-aranha-japonês, o isópode-gigante (baratão de sorocaba), a lula-gigante e outros.

A predação exige muita energia, e poucos animais nas profundezas do mar podem pagar esse preço. Isso se chama baixa pressão de predação, que levou ao gigantismo. Quando nada te persegue e você tem séculos para matar. Há espaço para crescer grande, lento e estranho e praticamente sem se alimentar.

De fato, em 2020, um baratão de sorocaba fez cocô pela primeira vez depois de dois anos, no Aquário de Toba, Japão, porque ele praticamente não comia. Outro caso extremo ocorreu anos antes, em 2014, quando um Bathynomus giganteus morreu depois de não comer por 5 anos.