Jovem pianista se emociona ao interpretar prelúdio de Chopin de 200 anos

A música tem um poder incomparável para falar à nossa alma. Ela pode oferecer conforto e catarse, ou nos deslumbrar com sua beleza. Embora esses sentimentos sejam mais comuns em quem ouve música, músicos e intérpretes também conhecem bem seus efeitos. Aliás, a conexão pode ser ainda mais profunda. A pianista japonesa Yumeka Nakagawa personifica isso perfeitamente, como demonstra um vídeo em que ela se emociona ao interpretar uma peça de Chopin, que viralizou no mundo todo.

A cena ocorreu no 19º Concurso Internacional de Piano Fryderyk Chopin, organizado pelo Instituto Fryderyk Chopin na Sala de Concertos da Filarmônica de Varsóvia. Interpretando o ciclo de 24 Prelúdios de Chopin, Op. 28, Yumeka demonstra maestria e sensibilidade ao tocar as teclas.

Embora seja fácil se deixar levar por sua performance virtuosa, o que realmente se destaca é a conexão da jovem pianista com a música, permitindo-se sentir e se emocionar no palco.

Na metade do concerto, Yumeka toca o Prelúdio, Op. 28, nº 15, também conhecido como "Gota de Chuva", e o que vinha sendo uma apresentação cativante e comovente se transforma em algo profundamente humano, raramente visto em um contexto tão solene.

A pianista de 24 anos se emociona até as lágrimas, deixando-se levar pela emoção que o prelúdio desperta nela. Não se trata de uma estratégia discreta; em vez disso, Yumeka permite que o som percorra todo o seu corpo, entregando-se completamente a ele.

A cena serve como um testemunho da atemporalidade da música. Embora os prelúdios tenham quase 200 anos, são obras de arte belíssimas, complexas e verdadeiramente atemporais, capazes de conectar o passado ao presente.

Este é, sem dúvida, o exemplo mais perfeito de como a música funciona como uma linguagem universal, não necessitando de palavras para se conectar com quem a ouve.

No fim, Yumeka não venceu a competição; Eric Lu, dos Estados Unidos, saiu vitorioso, enquanto ela foi eliminada na segunda rodada. Contudo, sua obra profundamente comovente inspirou muitos a enxergarem a música clássica sob uma nova perspectiva, uma que demonstra como ela pode ser uma experiência que envolve o corpo todo.

Pode-se argumentar que a pianista talvez não tenha vencido esta competição em particular, mas, no contexto geral, ela saiu vitoriosa.