Tua namorada cheira a pescado?

Ela tem um constante cheiro de sardinha? O sabonete e perfume não conseguem mascarar o cheiro azedo dela? Não sabe o que fazer? Pensa que sua namorada é uma sereia?

Não se preocupe mais! O que tem a sua noiva é simplesmente uma fedida condição médica conhecida como o "Trimethylaminuria" ou "Síndrome do cheiro de pescado", doença que é produto de uma estranha desordem metabólica que -em simples palavras- faz com que seu corpo não produza suficiente quantidade ou, claramente, não produza uma enzima (Flavin Monooxygenase 3: FMO3 para os amigos) necessária para que o corpo metabolize um composto químico, trimetileno. Portanto, o suor, urina, hálito e outros fluídos corporais de sua namorada têm um "delicioso" e persistente cheiro à pescado.

O primeiro caso foi descrito em 1970 na revista científica "The Lancet", mas assinalam-se referências literárias anteriores, especialmente em "A Tempestade" de Shakespeare onde o personagem Caliban é descrito por outro dos personagens da seguinte maneira "Mas, que vejo aqui? Um homem ou um peixe? Vivo ou morto? É um peixe, cheira a pescado; tem um cheiro de ranço, a bacalhau não muito fresco."

Ter "Trimethylaminuria" é muito mas difícil que ganhar na loteria: existem não mais que 200 casos diagnosticados, apesar de que possam existir alguns múltiplos de casos não diagnosticados.

Não é muito legal dizer isso, mas a única forma de sua namorada passar despercebida com esta doença é que ela trabalhe numa peixaria. Os tratamentos atuais são paliativos e incluem modificações à dieta e alguns poucos medicamentos como a neomicina. Mas a grande esperança para seu tratamento e possível cura é a terapia genética.