O Monumento Buzludzha, na Bulgária, é um edifício com estilo brutalista que resta de um projeto extravagantemente caro realizado pelos líderes do antigo regime comunista para relacionar o seu próprio sistema de governo com o mito da fundação de 1300 anos do país como estado independente. Alguém teve a ideia genial de usar o edifício em ruínas como pano de fundo para um vídeo musical com quatro especialistas do parkour saltando em todos os lugares dentro e fora dos arredores do monumento.

Infelizmente estamos quase sempre envolvidos pelo triste e sorumbático cinza do concreto brutalista. Isso é triste porque, afinal, todos nós precisamos de um pouco mais de cor em nossas vidas, já que elas acabam se traduzindo em nosso comportamento. Cor é vida, é euforia. As cidades ficam mais vibrantes e com um encanto todo especial quando suas construções trazem um toque colorido ao seu visual.

Quando surgiu em meados do século XX e ganhou popularidade no final dos anos 1950 e 1960, a arquitetura brutalista, descendia do movimento arquitetônico modernista do final do século XIX e da primeira metade do século 20. Caracterizada por estruturas simples em forma de blocos, o concreto exposto é uma característica da construção, ainda que também encontremos alguns exemplos feitos principalmente de tijolos.

O fotógrafo canadense Christopher Herwig viajou ao longo e ao largo de todos os países que formavam a antiga União Soviética para documentar um fenômeno curioso que ele percebeu a mais de uma década atrás, quando fez uma viagem de bicicleta por toda a Europa: os pontos de ônibus. Estes abrigos meio estranhos são cheios de estilos arquitetônicos que são diferentes de quase tudo que você já viu em outro lugar. Há pirâmides e arcos, cúpulas e abóbadas e outras estruturas improváveis para uma simples parada de ônibus.

A arquitetura, como atividade humana, existe desde que o homem começou a construir instalações para se abrigar das intempéries. De lá até chegarmos a arquitetura moderna foi um longo e trabalhoso caminho, permeado cada vez mais pela funcionalidade, criatividade e arte em detrimento da utilidade das primeiras moradias de nossos ancestrais. A arquitetura moderna é surpreendente: os desenhos fora do comum, com detalhes cheios de ângulos, linhas irregulares e vidro, muito vidro, mais parecem, muitas vezes, retirados diretamente de uma instalação de um filme futurista de ficção científica.

A Coreia do Norte está imbuída de uma aura de mistério devido às rígidas restrições que moldam a vida dos seus cidadãos e ao padrão hermético e tirânico ordenado por seu ditador. Até o turismo é rigidamente controlado e as imagens que o transmitem são limitadas, especialmente vídeos que retratam a vida cotidiana no local. De alguma forma, um vídeo raro de um passeio de bicicleta pelas ruas de Pyongyang apareceu on-line, oferecendo uma visão de um dia normal na capital norte-coreana.

A ideia de construir uma nova capital chamou a atenção dos governos ao longo da história, uma forma de ardósia limpa, como forma de estimular a economia e materializar sua 'visão de mundo' em pedra, concreto e parques. Daí surgiram as cidades cuidadosamente planejadas desde o seu início, normalmente construídas em uma área anteriormente subdesenvolvida totalmente desabitada. Isto contrasta com os assentamentos que evoluem de uma forma mais ad hoc. Conflitos de uso da terra são menos frequentes em comunidades planejadas, uma vez que são criadas com áreas com ocupação predeterminada.

Em tempos de ocupação otomana, os confins das montanhas velhas, a cordilheira que atravessa o coração da Bulgária, se converteram em um refúgio para partisanos, libertadores, nacionalistas e rebeldes de toda condição. Ali, em Buzludzha, a quase 1.500 metros de altitude, Hadzhi Dimitar lutou sem sucesso em 1868 contra um destacamento otomano. Pereceram todos seus colegas exceto quatro. A batalha cimentou o orgulho nacional búlgaro, pese ao massacre.