Muitas pessoas adoram ir ao zoológico ou circo, mas não percebem que nem toda organização trata os animais em seus shows e exposições corretamente. Embora existam muitos jardins zoológicos e santuários em todo o mundo que disponibilizam cuidados extras para se certificar de que seus animais tenham a melhor vida possível, eles simplesmente não deveriam estar ali. Como você provavelmente já ouviu antes, muitos animais vivem em gaiolas minúsculas e condições deploráveis pela vida inteira. Esse abuso acaba sendo tudo o que eles sabem da sua vida maldita.

Las Cholitas Voladoras são indígenas aymaras que competem em seu esporte usando saiotes volumosos, saias coloridas e tops de renda de mangas compridas, em vez de usar o elastano minimalista usado por muitos atletas ao redor do mundo. Esses conjuntos se assemelham aos que se esperava que as Aymaras usassem durante cinco séculos de opressão sob os ocupantes espanhóis.

Por gerações, as mulheres indígenas bolivianas não tinham permissão para andar livremente nas grandes cidades do país, La Paz, onde eram consideradas de classe baixa e esperavam que ficassem em casa ou trabalhassem em servidão. Há poucos anos era comum negar às cholitas a entrada em certos restaurantes, táxis e até transportes públicos e, durante gerações, não lhes foi permitido andar livremente na praça central da capital, a Plaza Murillo, onde está localizado o palácio presidencial, nem em subúrbios ricos como a Zona Sul da cidade.

A fotógrafa brasileira Luisa Dörr viajou para a Bolívia e fotografou os membros da ImillaSkate, um grupo de mulheres aimarás e quíchuas que andam de skate, muitas vezes com roupas tradicionais de cholita, um termo que se aplica de maneira contemporânea àquelas que utilizam vestimentas tradicionais no atual território boliviano, e também se estende à outras mulheres mestiças e indígenas. Em matéria no El Pais Luisa conta que viajou para Cochabamba em setembro e foi atingida pelo forte preconceito que existe na sociedade boliviana contra os indígenas.