![]() | O bairro de Kensington, na localidade da Filadélfia, no estado norte-americano da Pensilvânia, é o maior mercado de narcóticos ao ar livre na Costa Leste dos Estados Unidos. O que torna Kensington diferente? A primeira e mais visível resposta é o uso público de drogas. As pessoas sentam-se ou deitam-se na calçada para fumar ou injetar drogas em público, com relativamente pouca consideração pelos pedestres, ou policiais, que passam. |

O bairro é conhecido por ter a heroína mais barata da região e é um importante fornecedor para revendedores de droga da maioria das cidades da região. A avenida homônima, com suas passagens subterrâneas e os arredores de cruzamentos, é famosa pelo uso de drogas e prostituição.
Kensington recebeu muitos nomes ao longo dos anos. O "Walmart da Heroína" ou "Las Vegas das Drogas". Kensington, simboliza há muito tempo a disfunção de uma cidade que já foi a capital dos Estados Unidos.
A prefeita recém empossada Cherelle Parker nomeou um comissário adjunto de polícia encarregado de lidar com os problemas do bairro. Em poucos meses, anunciou um plano de "cinco fases" para fechar o mercado.
Seguiu-se uma varredura massiva na Avenida Kensington, assim como uma lei que fechava o comércio entre 23h e 6h. Uma onda de novos recrutas para o Departamento de Polícia da Filadélfia foi designada para patrulhar a área.
Essas medidas encontraram resistência dos suspeitos de sempre: os defensores dos direitos humanos que chamaram as táticas de Cherelle de - "...um retorno às políticas draconianas e ineficazes contra o crime e as drogas que fracassarão."
A decisão de Cherelle de acabar com a cracolândia não é, por si só, evidência de que sua estratégia esteja funcionando. O lugar parece mais tranquilo do que alguns meses atrás
Mas o uso e o tráfico ao ar livre continuam visíveis como você poderá ver mais abaixo no vídeo do youtuber emiradense Joe HaTTab, que recentemente fez uma reportagem lá.
As pessoas ainda estão espalhadas pelas calçadas, fumando ou injetando fentanil, ou encolhidas na calçada semi-acordadas do efeito do opiáceo. E os frequentadores dizem que, embora a via principal, a Avenida Kensington, tenha sido esvaziada, a maior parte da atividade apenas mudou de local (para as ruas laterais). Até mesmo um passeio a pé casual confirma que isso é verdade.
O plano de Cherelle, é claro, não se concretizou plenamente. Mas se sua administração realmente quiser acabar com o caos de Kensington, precisa levar a sério um desafio que atormenta os administradores municipais há décadas: como fechar um mercado de drogas?
Mesmo no final do século XIX e início do século XX, quando Kensington era um polo industrial, seus moradores irlandeses conspiraram para organizar uma gangue que acabou se tornando a máfia irlandesa. A conturbada década de 1950 trouxe o deslocamento de brancos étnicos para a chegada de negros e porto-riquenhos.
Mas foi somente com a desindustrialização da Filadélfia, na década de 1960, que o mercado de drogas começou a se consolidar. Cresceu continuamente, apesar das sucessivas crises de heroína, crack e metanfetamina.
No final da década de 1990, Kensington era o "melhor" lugar para se comprar heroína na Costa Leste. A década de 2000 trouxe os comprimidos, seguidos pelo fentanil e, por fim, o terrível tranquilizante xilazina, que causa feridas horríveis e que não cicatrizam nos usuários e que agora está presente em mais de 90% da droga consumida na cidade.
Em outras palavras, o bairro tem um mercado de drogas que vive disso, como um parasita, há muito tempo. Matar esse parasita exige esforços em todas as frentes. Significa prender traficantes, muitos traficantes, de uma só vez.
Significa tratar viciados da Filadélfia e expulsar pessoas de fora da Filadélfia que vêm para a cidade para se drogar. E significa um compromisso com a reabilitação do bairro, de terrenos baldios a prédios demolidos.
Se isso é possível -dentro de restrições materiais ou políticas- é outra questão. Mas Kensington não admite meias medidas. Se o governo atual, ou qualquer governo subsequente, achar que pode se safar com essas medidas, o problema só voltará, pior do que nunca.
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